
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, que trata do maior esquema de corrupção da história brasileira, aceitou a denúncia na sexta-feira.
Paulo Ferreira é o terceiro ex-tesoureiro do movimento político do ex-Presidente Lula da Silva e da Presidente com mandato suspenso, Dilma Rousseff, a tornar-se réu na operação judicial.
Entre os acusados estão também o empreiteiro Léo Pinheiro, da construtora OAS, o lobista Adir Assad e o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque, preso desde fevereiro do ano passado.
Em causa estão suspeitas de fraudes num contrato para obras no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde são realizados estudos sobre a exploração de petróleo.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), para que o contrato fosse assinado, as empresas que formavam o consórcio - OAS, a Carioca Engenharia, a Schahin, a Construbras e a Construcap - "ofereceram e efetivamente pagaram mais de 20 milhões [5,6 milhões de euros] em propinas [subornos]".
O dinheiro, de acordo com a denúncia, era "para funcionários do alto escalão da Petrobras e representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que davam sustentação política a tais funcionários corrompidos".
Na sua decisão, Sérgio Moro considerou haver "indícios suficientes de autoria e materialidade" contra os acusados.
Paulo Ferreira, que foi secretário de finanças do PT entre 2005 e 2010, também é réu na Operação Custo Brasil - um desdobramento da Operação Lava Jato, que trata de fraudes na gestão de empréstimos consignados no Ministério do Planeamento -, e foi preso preventivamente em junho.
ANYN // MAG
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