"Nós temos a certeza de que se ele não morrer em combate, há de ser capturado", afirmou o comandante do Exército de Moçambique, Cristóvão Chume, em declarações ao canal público Televisão de Moçambique.
Há uma semana, os Estados Unidos apontaram Bonomade Machude Omar, também conhecido como Abu Sulayfa Muhammad e Ibn Omar, como líder dos departamentos de Assuntos Militares e Externos do Estado Islâmico de Moçambique e comandante sénior e coordenador principal de todos os ataques realizados pelo grupo no norte de Moçambique, bem como facilitador principal e canal de comunicação para o grupo.
O comandante do Exército de Moçambique avançou que vários colaboradores próximos de Omar foram capturados durante as operações conjuntas das forças moçambicanas e ruandesas, que culminaram com a recuperação da vila de Mocímboa da Praia, considerada "a base" dos grupos armados que atuam na região.
"Nestes últimos dias, ele tem perdido alguns homens de grande importância e que o protegiam e alguns adjuntos dele estão a ser capturados", avançou Cristóvão Chume.
Bonomade Machude Omar está no distrito de Mocímboa da Praia e as forças governamentais estão empenhadas na sua localização, acrescentou Chume.
O combate aos grupos armados em Cabo Delgado ganhou um novo impulso com a recuperação da estratégica vila portuária de Mocímboa da Praia no último domingo, numa operação conjunta entre as forças governamentais de Moçambique e do Ruanda.
A reconquista de Mocímboa da Praia seguiu-se à perda pelos rebeldes de várias posições importantes, com as tropas dos dois países a anunciarem que continuam a perseguição aos insurgentes até aos seus últimos redutos.
A vila, que além do porto conta com um aeródromo, estava ocupada pelos rebeldes desde 23 de março do ano passado, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
Além de Bonomade Machude Omar, o Departamento de Estado norte-americano aponta os nomes de Sidan ag Hitta, Salem ould Breihmatt, Ali Mohamed Rage e Abdikadir Mohamed Abdikadir, que designa como "Terroristas Globais Especialmente Designados (SDGTs)".
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
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