Em comunicado, a Agência Espacial Portuguesa explica que o objetivo é preparar missões de longa duração para além da órbita terrestre baixa como viagens à Lua e a Marte.

A Agência Espacial Portuguesa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Marinha decidiram "utilizar submarinos da Marinha Portuguesa e as suas tripulações como análogos de elevada fidelidade de isolamento e confinamento", para simular as condições espaciais.

A instituição refere que a ESA e os seus parceiros internacionais usam, há mais de duas décadas, a Estação Espacial Internacional (ISS) para desenvolver experiências que analisam o impacto do ambiente espacial na saúde humana.

"Na ISS, os astronautas enfrentam condições extremas, como a microgravidade, radiação espacial e o confinamento em espaços reduzidos, desafiando tanto a saúde física como psicológica", é referido na nota.

Contudo, segundo a Agência Espacial, "dada a limitação de recursos da ISS e a complexidade das atividades espaciais, a ESA complementa esta investigação com estudos realizados na Terra, utilizando locais e instalações que simulam as condições espaciais".

"Estes ambientes, conhecidos como análogos, permitem explorar os efeitos do voo espacial na saúde dos astronautas e testar tecnologias e estratégias que beneficiam tanto as missões no espaço como a vida no nosso planeta", de acordo com a Agência Espacial Portuguesa.

A primeira missão científica do programa Isolation Standard Measures for ESA Submarine Missions (SubSea ISM) está em curso e tem uma duração estimada de 60 dias.

A Agência Espacial explica que os "submarinos recriam condições semelhantes às das missões espaciais, como isolamento, ambientes confinados e desafios operacionais, tornando-se ideais para estudar os efeitos destas condições nas tripulações e desenvolver estratégias para lidar com elas".

Para a Agência, estes estudos são essenciais para testar novas técnicas e tecnologias e para recolher dados que contribuam para o sucesso de futuras missões espaciais humanas.

As descobertas, segundo a Agência, são importantes "para ambientes extremos, como bases polares, missões militares, condições clínicas (por exemplo depressão, distúrbios do sono e desordem afetiva sazonal), expedições prolongadas e até operações mineiras".

Portugal já dispõe de vários locais análogos terrestres, como o Vulcão dos Capelinhos e o Barreiro da Faneca, nos Açores, e as Ilhas Selvagens, na Madeira.