Quando faltam apenas alguns dias para as regionais que vão eleger o parlamento regional no estado de Brandenburgo, vizinho de Berlim, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) manteve-se em primeiro lugar nas intenções de voto dos alemães. O AfD alcançaria 28% dos votos, à frente dos até agora maioritários sociais-democratas do SPD (centro-esquerda), que se ficariam pelos 25%, revelou o instituto de estudos de opinião INSA, num barómetro encomendado pelos jornais locais Märkische Allgemeine Zeitung, Märkische Oderzeitung e Lausitzer Rundschau.

Isso significa que o atual governador do estado e principal candidato do SPD, Dietmar Woidke, que está no cargo há 11 anos, não alcançaria o seu principal objetivo eleitoral de fazer do SPD a força mais forte no parlamento que se reúne na capital regional de Potsdam. Woidke havia já anunciado que não assumirá a responsabilidade de liderar o governo caso o AfD vença as eleições de domingo, para as quais estão convocados cerca de 2,1 milhões de eleitores de Brandenburgo.

De acordo com o referido barómetro, os conservadores da CDU (Partido Democrata-Cristão) não ultrapassariam os 16%, mesmo assim ficando à frente da nova coligação de Sahra Wagenknecht (BSW), que teria 14% dos votos. Os Verdes, a esquerda radical Die Linke (The Left) e a coligação local Movimentos Cívicos Unidos de Brandenburgo (BVB)/Eleitores Livres ficaram todos abaixo do limiar de 5%, correndo assim o risco de não voltarem ao parlamento.

O INSA entrevistou 1.000 eleitores elegíveis em Brandenburgo, entre 9 e 16 de setembro, com uma margem de erro máxima de mais ou menos 3,1 pontos percentuais. Mas há sempre incerteza associada a este tipo de estudos, associada ao declínio das filiações partidárias e a decisões de voto cada vez mais de última hora, não sendo por isso extrapoláveis como previsões do resultado eleitoral.

O AfD já surgia à frente noutros inquéritos anteriores: No ZDF-Politbarometer Extra, aparecia com 29%, à frente dos 26% do SPD, e no ARD-Deutschlandtrend também liderava, com 27%, logo seguida pelos os sociais-democratas (26%).