"Está a entrar em fase de conclusão", avançou, em declarações à Lusa, Marco Martins.

De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), 160 operacionais, apoiados por 34 viaturas procedem agora aos trabalhos de rescaldo que, segundo o autarca, podem demorar, pelo menos, 24 horas.

Pelas 17:50, Marco Martins afirmou à Lusa que o incêndio se encontrava dominado e que entraria em fase de rescaldo se não existissem "surpresas entretanto", confirmando a informação avançada ao início da tarde pela Proteção Civil.

"Vamos ver. Não se podem criar demasiadas expectativas. Vamos estar vigilantes e aguardar", concluiu então.

O incêndio deflagrou na segunda-feira em Gondomar e atingiu as zonas de Medas, Jovim, Jancido (Foz do Sousa) e Melres, bem como em Gens.

À hora do almoço, a Câmara de Gondomar tinha informado que dos quatro focos de incêndio a lavrar desde segunda-feira no concelho apenas um, em Medas, continuava ativo, estando as outras três frentes, Jovim, Jancido e Melres, a ceder aos meios.

No total, há a registar oito bombeiros feridos, seis na segunda-feira, dia em que deflagrou o incêndio, e dois na terça-feira, um deles em estado grave, que continua hospitalizado.

Ainda segundo os dados disponibilizados, "não há desalojados nem perdas de primeiras habitações".

"Contudo, há registo de danos em estruturas anexas e armazéns de apoio e em duas oficinas, em Jovim", acrescenta.

Foram realizadas evacuações preventivas em Covelo, Jancido (Foz do Sousa), e Branzelo (Melres).

Ao início da manhã, em declarações aos jornalistas, o presidente da autarquia, Marco Martins, apelou às autoridades para que disponibilizassem mais meios para o combate ao incêndio, afirmando que já não havia bombeiros para substituir os que estavam "exaustos no terreno".

"A noite foi terrível, as populações foram inexcedíveis e os bombeiros foram incansáveis, mas é um dia que começa dramático", sobretudo na zona sul do concelho, em Medas.

Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.

SPC (JE)//LIL

Lusa/fim