
A medida segue-se a uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump em janeiro, determinando a divulgação dos restantes registos sobre os assassinatos de JFK, bem como do seu irmão Robert F. Kennedy e do líder dos direitos civis Martin Luther King.
A grande maioria da coleção do Arquivo Nacional dos EUA sobre John F. Kennedy, com mais de 6 milhões de páginas de registos, fotografias, filmes, gravações sonoras e artefactos relacionados com o assassinato, já tinha sido divulgada anteriormente.
Trump disse aos jornalistas na segunda-feira que a sua administração divulgaria 80.000 documentos, embora não seja claro quantos destes estão entre os milhões de páginas de registos que já foram tornados públicos.
"Temos uma quantidade tremenda de papel. Tem muita leitura", destacou Trump, ao visitar o John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington.
Os investigadores estimam que cerca de 3.000 registos não foram divulgados, no todo ou em parte. E no mês passado, o FBI (polícia federal) disse ter descoberto cerca de 2.400 novos registos relacionados com o homicídio.
Muitos dos que estudaram o que foi divulgado até agora pelo governo dizem que o público não deve esperar nenhuma revelação assoladora dos documentos recentemente divulgados, mas ainda há um interesse intenso em detalhes relacionados com o assassinato e os acontecimentos que o rodeiam.
A ordem de janeiro de Trump instruiu o diretor nacional de inteligência e o procurador-geral a desenvolver um plano para divulgar os registos.
Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963, durante uma visita a Dallas. Enquanto a sua comitiva terminava a sua rota de desfile no centro da cidade, foram ouvidos tiros no edifício do Texas School Book Depository.
A polícia deteve Lee Harvey Oswald, de 24 anos, que estava numa posição de atirador no sexto andar. Dois dias depois, o dono da discoteca Jack Ruby disparou fatalmente sobre Oswald durante uma transferência da prisão.
Um ano após o assassinato, a Comissão Warren, criada pelo presidente Lyndon B. Johnson para investigar o incidente, concluiu que Oswald agiu sozinho e que não havia provas de conspiração. Mas isso não acabou com uma rede de teorias alternativas ao longo das décadas.
No início da década de 1990, o governo federal determinou que todos os documentos relacionados com o assassinato fossem armazenados numa única coleção na Administração Nacional de Arquivos e Registos. A coleção deveria ficar disponível até 2017, salvo eventuais isenções designadas pelo presidente.
Trump, que assumiu o seu primeiro mandato em 2017, disse que permitiria a divulgação de todos os registos restantes, mas acabou por reter alguns por causa do que chamou de potenciais danos à segurança nacional.
Embora os ficheiros continuassem a ser divulgados durante a administração do presidente Joe Biden, alguns permaneceram invisíveis.
DMC // RBF
Lusa/Fim