
No primeiro dia da greve, na terça-feira, Domingos de Carvalho apontou para uma adesão de "cerca de 85%" de todas as escolas públicas do país, no dia a seguir, disse que a paralisação mobilizou "cerca de 72 a 73%" e hoje registou-se uma adesão "de cerca de 72%".
A oscilação da adesão prende-se com o facto de alguns professores retomarem as aulas entre quarta-feira e hoje, "talvez com receio das represálias do patronato", notou o líder do Sinaprof, maior sindicato de funcionários públicos guineenses.
Domingos de Carvalho assinalou que se por um lado a greve "teve uma adesão significativa", por outro, o Governo "continua a não atender as reivindicações" do Sinaprof o que, disse, vai motivar uma terceira vaga de paralisação de aulas no presente ano letivo.
O sindicalista admitiu que em março deverá ocorrer mais uma greve dos professores.
"Vamos entregar um novo pré-aviso de greve, já nos próximos dias, para fazer greve no mês de março. O Governo não chamou o sindicato para conversações, então a onda de greve vai continuar", declarou Domingos de Carvalho.
O sindicalista disse que compreende que as paralisações laborais dos professores vão comprometer o ano letivo, mas afirmou que a responsabilidade "já não será do Sinaprof".
Domingos de Carvalho notou que o seu sindicato "é forçado a fazer greves", devido ao "silêncio do Governo", lembrando as paralisações, durante três dias, em janeiro e agora em fevereiro, o que voltará a acontecer também no mês de março.
O Sinaprof entregou ao Governo um caderno reivindicativo com 22 pontos, nomeadamente o pagamento de 18 meses de salários em atraso, acumulados desde 2003 até hoje, a efetivação de um conjunto de novos professores que trabalham como contratados e melhoria de condições de trabalho.
Domingos de Carvalho observou que todos os levantamentos em relação às dívidas para com os professores foram feitos a nível do Ministério da Educação e confirmados pelo Ministério da Função Pública.
"O problema está no Ministério das Finanças porque é lá que são feitos os pagamentos aos funcionários públicos", sublinhou o sindicalista.
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