Uma greve convocada pelo Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) vai condicionar o serviço do Metro do Porto entre terça-feira e domingo, estando em causa, segundo o sindicato, a falta de pagamento de um prémio, foi esta segunda-feira anunciado.
"Devido à greve convocada pelo SMAQ (Sindicado dos Maquinistas), com efeito a partir do dia 17 de dezembro, amanhã [terça-feira], até ao dia 22 de dezembro, domingo, a operação do Metro do Porto vai ser afetada em todas as linhas com supressões de viagens e consequentes alterações nos horários", pode ler-se num comunicado hoje enviado às redações pela transportadora.
Concretamente, segundo a Metro do Porto, "fica comprometido o serviço especial programado para o fim de semana que antecede o Natal", e que previa "capacidade ampliada" nas linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C), Amarela (D) e Violeta (E).
Linhas funcionam, mas com atrasos
Segundo a Metro do Porto, durante o período de greve, "na Linha Amarela (D), a frequência de passagem média, nos dias úteis, no troço Hospital São João-Santo Ovídio, acontece de 6 em 6 minutos, aumentando aos fins de semana para uma cadência de 10 minutos".
"No Tronco Comum (Senhora da Hora-Estádio do Dragão) são asseguradas viagens de 4 em 4 minutos, em média, nos dias úteis. Já no sábado e no domingo, os veículos vão passar de 6 em 6 minutos nas estações abrangidas por este percurso", conclui o comunicado da transportadora.
Segundo fonte oficial da Metro do Porto, o metro circulará em todas as linhas, mas com menos frequências.
O que diz o sindicato?
De acordo com o dirigente sindical do SMAQ Hélder Silva, em causa está "a falta de cumprimento do AE [Acordo de Empresa] por parte da empresa", no caso a ViaPorto, do Grupo Barraqueiro, que opera o Metro do Porto, relativamente ao pagamento de um prémio anual.
"Nós temos uma cláusula que obriga ao pagamento de um prémio anual de desempenho que tem a ver com o desempenho dos trabalhadores no seu dia a dia e a sua avaliação, e a empresa alegou prejuízos e não efetuou ainda o pagamento desse prémio", disse Hélder Silva.
O dirigente sindical referiu ainda que foi dada "uma margem de tolerância de meio ano para a empresa pagar o prémio", referente a 2023, algo que, segundo o SMAQ, ainda não aconteceu.
"Além disso, também existem outras questões, como passar pessoal de contrato a efetivo com contratos com termos exagerados, o pessoal tem feito, durante este ano, um número muito elevado de trabalho extraordinário e não consegue usar as devidas compensações", elencou.
Hélder Silva disse ainda que também já está marcado um pré-aviso de greve para o final do ano, estando o SMAQ disponível para dialogar com a ViaPorto para a resolução do diferendo.
A Lusa contactou a ViaPorto e aguarda resposta.