O secretário-geral das Nações Unidas disse esperar que a trégua parcial acordada pela Rússia e pela Ucrânia "abra caminho a uma paz justa que respeite a independência, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".

"Estas medidas representam medidas de construção de confiança que podem facilitar as discussões subsequentes entre todos os atores no sentido de uma redução da guerra", disse esta quarta-feira António Guterres, que se encontra em Bruxelas.

Horas antes, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que transmitiu ao homólogo norte-americano, Donald Trump, que está pronto para aceitar uma trégua parcial com a Rússia para pôr fim aos ataques de ambos os lados contra infraestruturas energéticas e civis.

"Um dos primeiros passos para acabar completamente com a guerra pode ser acabar com os ataques à energia ucraniana e a outras infraestruturas civis. Apoio este passo, e a Ucrânia confirmou que está pronta para o dar", escreveu Zelensky numa mensagem na rede social X, após uma chamada telefónica realizada pouco antes com o líder da Casa Branca.

Trump e Putin acordaram uma trégua de 30 dias

A conversa dos presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos ocorreu um dia depois de Trump ter anunciado um acordo com o homólogo russo, Vladimir Putin, para uma trégua de 30 dias, limitada a ataques a infraestruturas e alvos energéticos.

No entanto, Zelensky afirmou que Putin rejeita um cessar-fogo enquanto houver tropas ucranianas na região russa de Kursk.

O exército ucraniano lançou uma ofensiva surpresa na região fronteiriça de Kursk em agosto de 2024, onde resistiu a diversos ataques russos com apoio de tropas norte-coreanas, mantendo-se agora apenas numa pequena parte após recuar rapidamente nas últimas semanas, depois de perder acesso a informações e outro tipo de apoio militar norte-americano.

EUA propõem controlar centrais nucleares ucranianas

Zelensky adiantou ter discutido a possibilidade de, no âmbito do acordo em negociação, os Estados Unidos assumirem o controlo de apenas uma central nuclear ucraniana, a de Zaporijia, atualmente ocupada pelos russos.

"Discutimos apenas uma central elétrica, que está sob ocupação russa", disse o Presidente ucraniano.

Horas antes, a Casa Branca anunciou que Trump sugeriu a Zelensky que os Estados Unidos poderão assumir o controlo das centrais nucleares e de energia da Ucrânia.

"O controlo americano destas centrais elétricas proporcionaria a melhor proteção e apoio possíveis para a infraestrutura energética da Ucrânia", explicou a porta-voz da presidência norte-americana, Karoline Leavitt, aos jornalistas em Washington.