O movimento islamita palestiniano Hamas avisou hoje que "o destino" dos reféns retidos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, depende de eventuais avanços do exército israelita no enclave palestiniano.

"O destino de alguns dos prisioneiros inimigos depende do avanço do exército de ocupação em algumas zonas expostas à agressão", afirmou o porta-voz das Brigadas Ezzeldin al-Qassam, ala militar do Hamas. Em concreto, podem estar em causa avanços de algumas centenas de metros em determinadas áreas da Faixa de Gaza.

Abu Obeida afirmou ainda que Israel "esconde as suas verdadeiras perdas" no norte da Faixa de Gaza e denunciou um "genocídio" e uma "limpeza étnica" por parte das tropas israelitas nesta parte do enclave a para "encobrir os escândalos no seio do exército sionista", segundo o jornal palestiniano 'Filastin', ligado ao grupo.

Neste sentido, reivindicou a responsabilidade das Brigadas Ezzeldin al Qassam na morte de três soldados no norte de Gaza, facto confirmado na segunda-feira pelo exército israelita, especificando que os assaltantes invadiram um edifício onde se encontravam os soldados e fugiram com as armas após o ataque.

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A declaração foi feita depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter afirmado no Parlamento, na segunda-feira, que se registaram "alguns progressos" na obtenção de um acordo para libertar os cerca de 100 reféns detidos em Gaza, dos quais cerca de 30 terão sido mortos, desde o ataque do Hamas em território israelita, há mais de 14 meses.

"Digo isto com cuidado. Houve alguns progressos por três razões: primeiro, o líder do Hamas [Yahya] Sinwar já não está entre nós. O Hamas esperava que o Hezbollah e o Irão viessem em seu auxílio, mas eles estão a lamber as feridas e o próprio Hamas está a sofrer cada vez mais golpes. Portanto, há progressos. Não sei quanto tempo vai demorar, mas estamos a trabalhar nisso", afirmou o líder do Governo israelita.

Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza na sequência dos ataques de 07 de outubro de 2023, em que o grupo islamita palestiniano fez cerca de 1.200 mortos e 250 raptados -- destes, cerca de uma centena foram libertados durante o único cessar-fogo realizado até agora no conflito, no final de novembro de 2023.

Os ataques israelitas causaram mais de 45.300 mortos, de acordo com as autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas.

Além disso, mais de 800 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas e em ataques de colonos desde então na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, onde a violência contra palestinianos cresceu desde o ataque do Hamas.