"A ocupação [israelita] impôs novas condições, relativas à retirada [das tropas israelitas], ao cessar-fogo, aos prisioneiros e ao regresso das pessoas deslocadas, o que adiou a conclusão de um acordo", afirmou o Hamas em comunicado.
O grupo palestiniano e Israel estavam nos últimos dias mais próximos de um acordo para uma trégua no conflito que se prolonga há mais de 14 meses no enclave palestiniano, desencadeado pelo ataque do Hamas em território israelita, que causou 1.200 mortos e cerca de 250 reféns, em 07 de outubro de 2023.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha afirmado na segunda-feira que se registaram "alguns progressos" na obtenção de um acordo para libertar os cerca de 100 reféns detidos em Gaza, dos quais cerca de 30 terão sido mortos durante a ofensiva israelita em Gaza.
Na véspera, fontes oficiais israelitas tinham revelado que o Hamas estava a entregar "provas de vida" dos reféns.
As fontes revelaram que Israel conhece o paradeiro da maioria dos reféns, acrescentando que Israel só aceitaria um acordo se esse contemplasse um "cessar-fogo prolongado" e não um acordo de paz duradouro, segundo o jornal The Times of Israel.
Fontes próximas das negociações tinham dito que as posições estavam "90% acordadas", com exceção de questões relacionadas com o controlo do Corredor de Filadélfia, ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito.
No sábado, o movimento islamista palestiniano dissera estar "mais próximo do que nunca" um possível acordo de paz para Gaza, se Israel deixar de acrescentar novos termos às "difíceis negociações".
O principal ponto de discórdia era a natureza do acordo de cessar-fogo.
O Hamas exige um fim permanente dos combates, enquanto Israel pretende uma pausa temporária durante a qual alguns dos reféns seriam libertados, seguida de um recomeço dos combates para acabar de desmantelar as capacidades militares e de governação do grupo terrorista.
Mais de 45.000 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel no território palestiniano, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, considerados fiáveis pela ONU.
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