O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou hoje que Israel não irá permitir que o Hezbollah retome as suas posições de combate ao longo da fronteira libanesa, mesmo após a retirada do exército israelita.

"Mesmo após a retirada das tropas do exército israelita, não permitiremos que os terroristas do Hezbollah regressem a estas áreas", disse Yoav Gallant durante uma visita a um posto de observação fronteiriço.

Há três semanas que Israel realiza uma intensa campanha de bombardeamentos contra o sul e o leste do Líbano, assim como contra Beirute, além de realizar uma ofensiva terrestre no país vizinho.

Nos últimos dias, pelo menos cinco capacetes azuis ficaram feridos durante os combates entre as forças israelitas e o grupo xiita libanês Hezbollah, levando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a pedir hoje ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que retire imediatamente a Força de Interina das Nações Unidas no Líbano "para um local seguro".

Hezbollah diz que combate soldados israelitas no sul do Líbano

O Hezbollah anunciou hoje que estava a combater soldados israelitas em pelo menos quatro aldeias perto da fronteira sul do Líbano com Israel. Em vários comunicados desde a manhã, citados pela agência francesa de notícias France-Presse (AFP), o movimento xiita afirmou que os seus homens estavam a combater os soldados israelitas “com armas automáticas e mísseis”.

Num deles, reportou ainda a AFP, especificou que se tratava de combates corpo a corpo.

O anúncio destes combates no sul do Líbano surge no mesmo dia em que o primeiro-ministro libanês denunciou "uma nova recusa de Israel em respeitar o direito internacional", depois de o chefe de governo israelita ter pedido à ONU para retirar os 'capacetes azuis' da zona de fronteira.

Najib Mikati disse "condenar a posição" de Benjamin Netanyahu "e a agressão israelita da FINUL", composta por 10 mil elementos no sul do Líbano.

As declarações do primeiro-ministro libanês surgem depois de o seu homólogo israelita ter pedido diretamente ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para deslocar os soldados para norte do Líbano, porque se não o fizesse estaria a fazer deles "reféns do Hezbollah".

"Senhor secretário-geral, retire as forças da FINUL para um local seguro. É preciso fazê-lo já, imediatamente", declarou Netanyahu durante um discurso, interpelando diretamente Guterres, em inglês.

Pelo menos cinco capacetes azuis ficaram feridos nos últimos dias durante os combates entre as forças israelitas e o grupo xiita libanês Hezbollah, no sul do Líbano.

Na sua mensagem a António Guterres [que não tem jurisdição sobre a FINUL, uma vez que a missão depende do Conselho de Segurança das Nações Unidas], Netanyahu garantiu que Israel solicitou em diversas ocasiões a retirada dos capacetes azuis.

"É tempo de retirar a FINUL dos bastiões e das zonas de combate do Hezbollah", disse Netanyahu.

O primeiro-ministro israelita lamentou que o exército israelita já tenha feito este pedido, apenas para ser "constantemente rejeitado", uma recusa "destinada a fornecer escudos humanos aos terroristas do Hezbollah".