Sob o mote "Casas e Tempo para viver", a abertura das jornadas parlamentares está prevista para as 11:00 e ficará a cargo da coordenadora do partido, Mariana Mortágua.
À tarde, os bloquistas seguem até à Figueira da Foz para uma sessão sobre o trabalho por turnos, um dos temas sobre o qual os bloquistas pretendem apresentar iniciativas legislativas e que motivou o partido a lançar uma petição pública no final do ano passado.
Na terça-feira está prevista uma iniciativa sobre o tema da habitação em Coimbra, com uma visita ao bairro da Relvinha, construído após o 25 de abril de 1974 e erigido pelos próprios moradores e voluntários, na zona suburbana da cidade.
O encerramento das jornadas parlamentares está agendado para a tarde de terça-feira, com uma intervenção do líder da bancada bloquista na Assembleia da República, Fabian Figueiredo.
No rescaldo do debate sobre a lei dos solos, que não foi revogada depois de o Governo PSD/CDS ter manifestado disponibilidade para integrar no texto propostas do PS, os bloquistas têm apontado baterias ao Governo mas também aos socialistas.
Num encontro pré-jornadas que decorreu em Coimbra, no domingo, Mariana Mortágua insistiu nas críticas à lei e pediu a demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, depois de a RTP ter noticiado que o governante criou duas empresas que podem agora beneficiar com a nova lei dos solos.
As declarações do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, sobre imigração, em entrevista ao Expresso, também foram alvo de críticas do BE no domingo, com a eurodeputada e antiga coordenadora, Catarina Martins, a manifestar-se "perplexa".
Estas jornadas parlamentares ocorrem numa altura conturbada para os bloquistas. Recentemente, Mariana Mortágua reconheceu que o partido cometeu erros no "processo penoso" de despedimentos em 2022, época na qual o BE viu a sua subvenção pública substancialmente reduzida depois de passar de 19 para cinco parlamentares.
No caso particular de duas trabalhadoras que foram despedidas e que tinham sido mães há pouco tempo, Mortágua explicou que "foram adotadas medidas especiais", estendendo os contratos excecionalmente de março até dezembro desse ano. A líder do BE reconheceu, contudo, que nem tudo correu bem nestes processos.
Sobre este tema, a coordenadora do partido ainda não prestou declarações aos jornalistas, não tendo falado à margem do comício de domingo, em Coimbra.
Em ano de eleições autárquicas, a bancada bloquista organiza estas jornadas num distrito no qual já anunciou que vai avançar com uma candidatura própria, com possibilidade de coligação com outras forças à esquerda com exceção do PS, depois de três eleições a apoiar um movimento de cidadãos.
ARL (CMM/JGA) // PSC
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