Multifacetada e surpreendente, Luísa Costa Gomes aborda na sua escrita todo o tipo de temas em todo o tipo de formatos. Contista, romancista, dramaturga, argumentista, cronista e tradutora, assinou 8 romances, 6 colecções de contos, 2 libretos e tem sido distinguida com os mais relevantes prémios da literatura portuguesa.

Quem a conhece bem, afirma que Luísa Costa Gomes é ousada, perfeccionista, e não tem medo de nada. Se lhe apetece, faz.

E fá-lo de forma brilhante, com uma singularidade, ironia e humor muito seus. A própria escritora assume que se diverte muito no processo de escrita e que tem um particular gosto em provocar o riso nas pessoas que a leem e em levá-las a refletir sobre os paradoxos da vida.

Além dos livros, Luísa já fez televisão e rádio, escreveu para a ópera e cinema e tem uma longa relação com o teatro. E quanto ao palco, a peça “De Passagem”, com texto da sua autoria, foi recentemente premiada com um Globo de Ouro na categoria de melhor espetáculo de teatro.

Uma peça sobre a conversa e o diálogo como forma de troca, esperança e compreensão. E eu pergunto: Com que disponibilidade andamos para o diálogo e a compreensão do outro diferente de nós? E de que forma os dogmas podem extremar o chamado politicamente correto? Este tema é abordado logo nesta primeira parte do podcast.

Neste caminho de tantas décadas, Luísa Costa Gomes já afirmou que um dos seus grandes prazeres no processo da escrita é a investigação que dá origem aos seus textos. E o jogo que cria com quem a lê. Nunca vai pelo caminho óbvio e tem o rasgo e o engenho de transformar os assuntos aparentemente mais simples e banais em preciosa literatura. E aqui esclarece como o faz. E com que método e rotina.

A autora afirma que demorou dois anos a escrever e reescrever esta nova colecção de 13 contos inéditos: “Visitar amigos e outros contos”, editado pela D. Quixote.

Um título que aborda a amizade, com os seus encontros e desencontros, e alterna entre histórias com um humor mais ácido e corrosivo, e outras feitas de espanto, que se relacionam de uma maneira ou de outra com as questões do tempo e da História, e a forma como cada personagem interfere ou age perante ela.

E Luísa revela aqui qual dos contos lhe tomou mais tempo a reescrever e a razão por ter sido tão trabalhoso. No final desta primeira parte, a escritora é surpreendida por um àudio da editora que a acompanha há 30 anos, Cecília Andrade.