Num discurso num encontro organizado em Paris pela comunidade de Sant'Egidio, Macron insistiu que "a paz só é possível quando as duas partes compreendem que é necessário encontrar um caminho de coexistência".
Referindo-se ao conflito no Médio Oriente, em particular à guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, o líder francês reiterou a ideia de que "esta necessidade de coexistência e reconhecimento é essencial para se poder imaginar a paz".
Numa análise teórica das razões da abundância de conflitos no mundo de hoje, Macron lembrou que a paz é algo mais precário e aparentemente menos fácil de justificar do que a guerra, para a qual é fácil dar razões para a iniciar.
Pelo contrário, explicou o chefe de Estado francês, "a paz tem uma forma de precariedade ontológica", porque implica uma "renúncia".
Macron salientou que, no mundo de hoje, em que os desenvolvimentos tecnológicos como as redes sociais têm um grande espaço, a capacidade de diálogo está ameaçada porque existe "uma tirania da emoção negativa" que prevalece sobre a argumentação, e que se tornou "um instrumento de guerra".
Macron elogiou a imaginação como instrumento para encontrar compromissos e construir novos esquemas que permitam ultrapassar situações de conflito, da mesma forma que será necessário usar a imaginação para pensar "numa nova organização da Europa" que vá além da atual União Europeia, com uma nova relação com a Rússia.
Também Badr Abdelatty, chefe da diplomacia do Egito - um dos mediadores do conflito no Médio Oriente, juntamente com o Qatar e com os EUA -, alertou para os riscos de uma escalada da situação na região.
"Há muitas preocupações (...) sobre a possibilidade de uma escalada na região que leve a uma guerra total", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, na sede da ONU em Nova Iorque.
"O Egito, ao lado do Qatar e dos Estados Unidos, está completamente determinado e envolvido em continuar os esforços" para selar uma trégua entre Israel e o Hamas, assegurou Abdelatty.
"Estamos a discutir com os nossos parceiros regionais e internacionais, incluindo os Estados Unidos, a importância de trabalhar para colocar um fim à escalada e às medidas unilaterais e provocatórias que Israel está a tomar", concluiu o chefe da diplomacia egípcia.
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