Em causa está o ciclone que atingiu em 13 de janeiro a província de Nampula, sendo o distrito de Mossuril o mais atingido, "afetando gravemente" 249.787 pessoas, entre 49.407 famílias.
"Os distritos de Mossuril, Ilha de Moçambique, Monapo, Mogincual, Liupo, Angoche e Larde foram os mais atingidos, com Mossuril sofrendo destruição quase total", aponta a organização, no mais recente relatório sobre o ciclone Dikeledi.
A OIM acrescenta que, "após a passagem do ciclone, foram estabelecidas dez instalações de acomodação temporária na província de Nampula para acomodar os desabrigados".
Mas atualmente "apenas três dessas instalações permanecem operacionais", depois de as instalações em Monapo e Mogincual terem sido "fechadas à medida que as pessoas retornaram para reconstruir suas casas", disse.
Os campos que permanecem em funcionamento localizam-se todos no distrito de Mossuril, nas escolas Muanona II e Chocas Mar, bem como na mesquita Tatiana, "abrigando um total de 296 famílias", com 1.503 pessoas.
"As necessidades mais urgentes nas instalações incluem alimentos, itens não alimentares, kits de higiene, redes mosquiteiras e lonas. A falta de fontes de água próximas e a necessidade de kits de abrigo para reconstrução são preocupações críticas. Casos de diarreia foram relatados devido ao consumo de água contaminada, destacando a necessidade de kits de higiene e limpeza", alerta a OIM.
Pelo menos 11 pessoas morreram e quase 20 mil casas ficaram destruídas na sequência da passagem do ciclone tropical Dikeledi, segundo o mais recente balanço oficial das autoridades moçambicanas.
De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD), com dados preliminares até sábado, a passagem do ciclone afetou quase 250 mil pessoas, com registo de 27.470 casas parcialmente destruídas e 19.751 totalmente destruídas, além de 95 casas inundadas e 44 unidades sanitárias afetadas.
O balanço do INGD aponta igualmente para 129 escolas afetadas pelo ciclone, nomeadamente 371 salas de aula e por consequência 807 professores, mas também 67 quilómetros de estrada, 115 embarcações danificadas e 2.278 postes de média tensão tombados.
O Dikeledi, o segundo ciclone a atingir o norte de Moçambique no espaço de um mês, chegou em 13 de janeiro ao distrito de Mossuril, já na categoria 3 (numa escala de 1 a 5), com ventos de até 195 quilómetros por hora.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
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