
Mais de 1.800 pessoas foram tratadas hoje devido a problemas respiratórios no centro e sul do Iraque, que foi atingido por uma tempestade de areia, segundo informações das autoridades sanitárias de várias províncias.
A tempestade, que levantou uma espessa camada de poeira que dificultou a visibilidade, obrigou os aeroportos de Najaf e Basra (sul) a suspender temporariamente os seus voos, segundo as autoridades aeroportuárias.
Só na província meridional de Mouthana, os hospitais trataram "mais de 700 casos de asfixia", declarou aos jornalistas Mazen el-Egeili, diretor das autoridades sanitárias.
Os hospitais da província meridional de Najaf receberam mais de 250 pacientes que sofrem de problemas respiratórios semelhantes, segundo as autoridades sanitárias locais.
Ainda no sul, cerca de 322 pessoas de todas as idades sofreram igualmente de problemas respiratórios na província de Diwaniya, tendo sido registados cerca de 174 casos na província de Dhi Qar e 361 na região de Basra, segundo as autoridades sanitárias locais.
A tempestade "resultou de ventos de superfície vindos do leste da Arábia Saudita e do sudoeste do Iraque, reduzindo a visibilidade para menos de um quilómetro", segundo os serviços meteorológicos, citados pela agência estatal INA.
Apesar dos ventos violentos em Bagdade durante a noite, o impacto da tempestade na capital deverá ser menor, segundo os serviços.
Embora o fenómeno tenha gozado de uma relativa trégua em 2023 e 2024, as tempestades de areia agravaram-se em número e intensidade nos últimos anos no Iraque, um dos cinco países do mundo mais vulneráveis a certos efeitos das alterações climáticas e da desertificação.
Entre as medidas recomendadas para combater este fenómeno, as autoridades citam "a criação de florestas que sirvam de quebra-ventos", enquanto "a desertificação afeta 39%" da superfície total do país, segundo a ONU.
Em maio de 2022, uma tempestade de areia causou pelo menos uma morte, enquanto 5.000 pacientes tiveram de ser tratados por problemas respiratórios.
As autoridades sanitárias explicaram na altura que os mais afetados eram pessoas com doenças respiratórias crónicas, como a asma, e idosos que sofriam de insuficiência cardíaca.