Rubio pretende discutir com o príncipe herdeiro saudita a situação na Faixa de Gaza após a proposta do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de assumir o controlo do enclave controlado pelo Hamas desde 2007.

O encontro teve início pouco antes das 18:00 locais (15:00 de Lisboa), segundo um funcionário do Departamento de Estado norte-americano.

Marco Rubio aterrou hoje de manhã no aeroporto de Riade, proveniente de Israel, onde ofereceu todo o apoio dos EUA ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dando-lhe de facto carta-branca na Faixa de Gaza.

Pouco depois da sua chegada à Arábia Saudita, o chefe da diplomacia norte-americana encontrou-se com o seu homólogo, Faisal ben Farhane, mas os dois responsáveis não fizeram declarações à imprensa.

A visita de Rubio ao reino saudita ocorre num momento de grande tensão no Líbano, na Síria e na Faixa de Gaza, onde a segunda fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento extremista palestiniano Hamas, que entrou em vigor a 19 de janeiro, continua ainda por ser negociada.

O Presidente norte-americano provocou uma grande vaga de reações por todo o mundo, após ter proposto tomar o controlo da Faixa de Gaza e a remoção dos palestinianos do enclave para a Jordânia e o Egito, argumentando que o território palestiniano se havia tornado inabitável, após ter sido devastado por mais de 15 meses de guerra, que provocou a morte de mais de 48 mil pessoas.

Os países árabes manifestaram a sua recusa categórica de qualquer deslocação de população na Faixa de Gaza.

Rubio deverá encontrar-se com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, na terça-feira, no seu primeiro encontro presencial depois de terem conversado por telefone, demonstrando o seu empenho em "reiniciar" as relações russo-americanas, afetadas pela guerra na Ucrânia, despoletada pela invasão russa em fevereiro de 2022.

A reunião será o culminar de uma semana de desenvolvimentos significativos nas relações entre a Rússia, na sequência do telefonema entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de quarta-feira passada, na qual concordaram em tentar pôr fim à guerra na Ucrânia, o que suscitou a apreensão de Kiev e dos europeus relativamente ao seu envolvimento nas negociações de paz.

O encontro entre os dois representantes diplomáticos deverá ainda servir para preparar uma possível próxima cimeira entre os líderes norte-americano e russo, também na Arábia Saudita, que desempenha um papel de relevo devido às suas relações com Moscovo e Washington.

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