A deficiência de iodo, que há um século afetava crianças em grandes zonas dos EUA mas que tinha desaparecido através da indústria alimentar, está a regressar devido a alterações na dieta e no fabrico de alimentos.

Investigadores têm relatado níveis de iodo cada vez mais baixos, sobretudo em mulheres grávidas, levantando preocupações sobre o impacto nos seus recém-nascidos, e em crianças.

O problema, que parecia ultrapassado depois de alguns fabricantes de alimentos terem começado a adicioná-lo ao sal de cozinha, ao pão e a alguns outros alimentos, parece estar a regressar.

O que é o iodo e porque precisamos dele?

O iodo é um oligoelemento que se encontra na água do mar e em alguns solos - principalmente nas zonas costeiras. Um químico francês descobriu-o acidentalmente em 1811, quando uma experiência com cinzas de algas marinhas criou uma nuvem roxa de vapor.

Mais tarde, os cientistas começaram a compreender que as pessoas precisam de certas quantidades de iodo para regular o seu metabolismo e permanecerem saudáveis, e que é crucial para o desenvolvimento da função cerebral nas crianças.

Um sinal de insuficiência de iodo é o inchaço do pescoço, conhecido como bócio. A glândula tiroide no pescoço utiliza iodo para produzir hormonas que regulam a frequência cardíaca e outras funções do corpo. Quando não há iodo suficiente, a glândula tiroide aumenta de tamanho à medida que acelera para compensar a falta de iodo.

A importância do sal iodado

Os especialistas em saúde pública perceberam que não podiam resolver a deficiência de iodo alimentando toda a gente com algas e marisco, mas aprenderam que o iodo pode ser essencialmente pulverizado no sal de cozinha.

O sal iodado foi disponibilizado pela primeira vez em 1924. Na década de 1950, mais de 70% dos lares dos EUA utilizavam sal de cozinha iodado. O pão e alguns outros alimentos também foram enriquecidos com iodo, e a deficiência de iodo tornou-se rara.

Mas as dietas mudaram. Os alimentos processados constituem agora uma grande parte da dieta americana e, embora contenham muito sal, não são iodados. As principais marcas de pão já não adicionam iodo.

"As pessoas esqueceram-se porque é que existe iodo no sal", frisou Elizabeth Pearce, do Boston Medical Centre, que é líder da Iodine Global Network, uma agência não governamental que trabalha para eliminar os distúrbios por deficiência de iodo.

Pearce observou uma queda relatada de 50% nos níveis de iodo nos EUA entre os norte-americanos inquiridos entre as décadas de 1970 e 1990.

Com Lusa