Setembro de 2024 foi o 2.º mais quente já registado - depois de setembro do ano passado - com “uma temperatura média global de 16.17 °C, 0.73 °C acima do valor médio 1991-2020”.

Estima-se que, revela o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), setembro deste ano “tenha sido cerca de 1.54 °C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900, e é o 14.º mês num período de 15 meses em que a temperatura do ar da superfície média global excedeu 1.5°C”.

Na Europa, o cenário foi muito semelhante, com “o valor médio da temperatura média do ar a ser + 1.74 °C acima do valor médio 1991-2020”. O destaque vai para o Leste e Nordeste da Europa, regiões em que as temperaturas do ar estiveram acima da média proporcionando “ondas de calor na Noruega e na Suécia”.

abaixo da média esteve uma grande parte da Europa Ocidental, incluindo França, a maior parte da Península Ibérica - onde se inclui Portugal -, e Islândia.

“O mês de setembro foi mais seco que a média na Irlanda, no norte do Reino Unido, numa grande região do extremo leste da Europa e no oeste e sul da Península Ibérica, onde foram observados grandes incêndios florestais. Foi mais húmido do que a média nas regiões ocidentais, central e sudeste da Europa. A tempestade Boris provocou fortes chuvas, inundações e danos associados em meados do mês na Europa Central e Oriental”, especifica o IPMA.

Portugal é uma das exceções

Se gozou férias no mês de setembro, estas conclusões serão apenas uma confirmação. A verdade é que, setembro de 2024 classificou-se por cá “como frio em relação à temperatura do ar e seco em relação à precipitação”.

“O valor médio da temperatura média do ar foi de 19.73 °C, 0.81 °C abaixo do valor normal 1981-2010, sendo o 4.º mais baixo desde 2000. O valor médio da temperatura máxima do ar, 26.14 °C, foi o 5.º valor mais baixo desde 2000, apresentando um desvio de - 0.50 °C em relação à normal 1981-2010”, destaca o IPMA, acrescentando ainda que “o valor médio da temperatura mínima do ar, 13.31 °C, foi inferior ao valor normal, com uma anomalia negativa de 1.12 °C, sendo o 3.º valor mais baixo desde o ano 2000”.

Ao longo do mês, a temperatura do ar esteve “maioritariamente abaixo do valor médio mensal", com dois períodos frios - de 5 a 11 e 19 a 30 de setembro -, um período quente entre 12 a 18, com valores de temperatura máxima acima da média e que resultaram, recorde-se, numa semana de incêndios nas regiões Norte e Centro do país.

Quanto à chuva, segundo o IPMA registou-se “precipitação mais significativa na segunda quinzena em especial entre os dias 24 e 27 de setembro, devido à passagem da Tempestade Aitor, que originou precipitação forte e persistente na região Norte e Centro”.

Apesar de ter sido um mês que pouco agradou a quem esteve de férias, registou-se uma “diminuição da área em seca meteorológica nas regiões do Norte e Centro. A sul do Tejo predominam as classes de seca moderada e severa, destacando-se os distritos de Beja (interior) e Faro (sotavento) com vários locais na classe de seca severa".