O julgamento começou há mais de um ano na sequência do desafio de Dodik às decisões do Alto Representante para os Assuntos Internacionais da Bósnia-Herzegovina, Christian Schmidt.

Durante anos, Dodik tem ameaçado separar-se da Bósnia-Herzegovina, um estado que descreveu repetidamente como "falhado".

Na sequência de uma proposta de Dodik, que não reconhece a legitimidade de Schmidt, o parlamento sérvio-bósnio adotou uma lei a anular as decisões do Alto Representante.

O pedido do Ministério Publico foi apresentado na sessão final do julgamento de Dodik, que se realizou hoje num clima de grande tensão já que o país está etnicamente dividido entre sérvios, croatas e muçulmanos.

Dodik, pró-Rússia, é o Presidente da República Sérvia, a entidade autónoma sérvia que, juntamente com a maioria dos croatas e dos muçulmanos, compõe a Bósnia-Herzegovina desde o fim da guerra civil, em 1995.

A sentença pode ser conhecida hoje ou dentro de 10 dias.

O líder sérvio-bósnio alertou repetidamente que a República Sérvia, que considera o julgamento um processo político e um golpe, declararia a sua independência se fosse condenado.

Após a guerra civil, que terminou em 1995, a Bósnia-Herzegovina foi organizada em duas entidades altamente autónomas, uma para os sérvios (República Sérvia) e outra para os croatas e muçulmanos, no seio de um Estado central.

Milorad Dodik lidera a entidade sérvia desde 2006, tendo sido sancionado em 2017 e 2022 pelo Governo norte-americano pela sua política separatista na Bósnia.

Quase três décadas após a guerra intercomunitária (1992-1995), que fez perto de 100.000 mortos, a integridade deste país dos Balcãs Ocidentais de 3,5 milhões de habitantes é ainda garantida pelo acordo de paz de Dayton (Estados Unidos).

 

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