A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) anunciou no sábado que irá "endurecer a luta" contra as políticas do Governo para a saúde e que irá reunir-se com os sindicatos das restantes classes profissionais do setor para definir um plano com esse objetivo.

Questionada sobre esta posição da Fnam à margem de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa, a ministra disse respeitar "todas as formas de luta".

"Estamos numa democracia mas não comentamos aquilo que é matéria dos sindicatos e das suas formas de luta. O que nos interessa (...) é que manteremos o diálogo sempre com os profissionais de saúde que queiram dialogar com o Governo e que queiram manter-se sentados na mesa de negociações, não colocando linhas vermelhas que são intransponíveis, porque a negociação é isso mesmo, é não colocarmos uns aos outros obstáculos tais que não consigamos chegar a um consenso", salientou a governante.

Ana Paula Martins assegurou que o Governo está disponível para "ouvir, para construir e para negociar" tudo o que "for para beneficiar os cidadãos", frisando que esse é o seu foco.

"Cada um assume as suas responsabilidades. O Governo e o Ministério da Saúde assumem a responsabilidade de negociar para ter um acordo", sublinhou.

Neste momento, a negociação é com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), "o único sindicato" que "quis continuar sentado à mesa com este Governo para encontrar nos próximos dois meses, até ao final do ano, no máximo, melhores condições, concretamente para os médicos no Serviço Nacional de Saúde, quem tanto precisamos".

A ministra recordou o acordo alcançado com a plataforma que inclui cinco sindicatos - Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos, Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Sindicato Independente Profissionais Enfermagem e Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal - que prevê um aumento salarial de cerca de 20% até 2027, que começará a ser pago em novembro deste ano.

"Faremos também com certeza que os farmacêuticos e que os outros técnicos, porque a saúde é uma equipa multidisciplinar e nós precisamos todos", declarou.

HN // ZO

Lusa/fim