Mariana Mortágua criticou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, defendendo que Paulo Rangel "ficará na História como o barqueiro das bombas do genocídio do povo palestiniano".
"Vários outros países estão a impedir o envio de armamento ou de material explosivo para Israel, infelizmente essa não é a posição do Governo português e por isso mesmo Paulo Rangel ficará na História como o barqueiro das bombas do massacre e do genocídio do povo palestiniano", acusou a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Mortágua falava aos jornalistas depois de ter entregado no edifício do Conselho de Ministros, em Lisboa, três mil assinaturas de uma petição pública que pede a retirada do pavilhão português de um navio que transporta material para fabricar armas em Israel.
O BE quer impedir que Portugal "venha a ser condenado na Justiça internacional por cumplicidade com genocídio, por cumplicidade com a matança de civis, de milhares e milhares de crianças inocentes a que todos estamos a assistir em direto".
"Que ninguém diga que não saiba, que ninguém diga que não sabe o que se está a passar, que há uma bandeira portuguesa nas bombas que estão a matar crianças na Palestina e que essas bombas estão a ser permitidas pelo mesmo Governo, o Governo de Paulo Rangel permite a bandeira portuguesa neste navio", alertou.
Interrogada sobre se teme que a audição do ministro no Parlamento sobre o tema, agendada para 15 de outubro, já seja tarde demais, Mortágua respondeu que "ao que tudo indica, Paulo Rangel está mesmo à espera que as bombas e que o material explosivo chegue até a Israel".
"É incompreensível a posição do Estado português, que começa primeiro por negar a existência deste material, por negar o destino desta embarcação, por negar até a bandeira portuguesa desta embarcação. Sabemos que tudo isso é verdade", afirmou.
A coordenadora bloquista defendeu que "ainda é tempo" de retirar o pavilhão português, mas avisou que se tal não for feito, "Paulo Rangel ficará na História como o ministro que permitiu que Portugal fosse acusado por cumplicidade com o genocídio nos tribunais internacionais".