O Sandero é o “best-seller” da Dacia na Europa e um modelo de grande sucesso que está à beira de conhecer uma renovação, até porque a marca já fez saber que a nova geração do seu popular modelo vai chegar dentro de dois anos.

Pouco se sabe sobre a nova geração do Sandero, que deverá fazer uso da arquitetura CMF-B do Grupo Renault, de forma a permitir manter as motorizações a combustão, além de poder passar a contar com uma opção elétrica.

No entanto, David Durand, chefe de design da Dacia, revelou em entrevista ao “Autocar”, à margem do recente Salão de Bruxelas, que apesar da linguagem de design da marca ser cada vez mais influenciada pelo off-road, não existem planos para a Dacia se tornar uma marca puramente SUV, e por isso a nova geração do Sandero, não vai seguir a linha dos modelos da “moda”.

“Não é tão fácil inovar em todos os tipos de carroceria, e o Sandero é muito conhecido pelos clientes, e é disso que eles precisam: um automóvel que tenha muito espaço, o que realmente faz parte do DNA da Dacia, e que seja compacto ao mesmo tempo. Desta forma é fácil de estacionar, fácil de conduzir, não é muito pesado, nem tem um consumo muito alto. Por isso, um hatchback como o Sandero é a melhor solução”, disse David Durand.

Apesar do sucesso que a Dacia conhece com a versão Stepway do Sandero, uma variante bem ao jeito de um crossover, a marca não parece disposta a criar uma maior diferença entre as duas versões. “Era possível ter uma versão Stepway mais diferenciada da variante normal, mas o fato de utilizarmos muitas peças comuns entre os dois modelos e de utilizarmos a mesma base também faz parte dos ingredientes para tornar os custos baixos. Poderíamos dizer ‘ok, faremos dois carros diferentes’, mas teríamos de aumentar o investimento, e no final os clientes teriam de pagar por isso.”, acrescentou David Durand.

Quanto à aposta numa inédita versão 100% elétrica do Sandero, já que o modelo apenas conta com motorizações equipadas com motores a combustão, tudo aponta para que venha a ser uma realidade.

David Durant não confirmou se a futura geração do Sandero terá motorizações híbridas, como é o caso do Jogger, Duster e mais recentemente do novo Bigster, mas não deixou de referir que uma variante 100% elétrica não será muito diferente das outras versões em matéria de design. “Acho que um EV pode ser apenas uma motorização. Não é porque se trata de um modelo totalmente elétrico que precisa de um design especial.”

Desta forma tudo aponta para que a nova geração do Sandero, que vai chegar em 2027, venha a manter a filosofia de pragmatismo a que a Dacia já habituou os seus clientes, ou seja, não perder de vista o essencial e tornar o automóvel novo acessível ao maior número de pessoas possível.