Confrontado com a notícia da existência de reuniões “discretas” do Governo com o Chega e com a IL sobre o OE2025, Pedro Nuno Santos considera que o Governo “não está interessado nem em negociar nem em criar um bom ambiente negocial” com o PS, tendo já descartado os socialistas como “parceiro preferencial” na negociação.

"Toda a ação do Governo parece indiciar a vontade de provocar eleições antecipadas", disse o líder socialista esta tarde, falando com jornalistas em Baião, à margem de uma visita relacionada com o tema dos incêndios.

Para o líder do PS, o que se percebe agora “melhor”, depois das reuniões secretas com o Chega e a IL - e que o Governo já considerou como apenas “discretas” - é a “motivação” do Governo no comunicado de domingo (no qual o gabinete do primeiro-ministro disse que desde 4 de setembro que tem esbarrado na “indisponibilidade recorrente do secretário-geral do PS” para se marcar uma reunião sobre o OE2025).

O Governo, com o receio de ser apanhado a ter reuniões secretas com o Chega, tinha a necessidade de mostrar que procurou e que tentou reunir com o Partido Socialista”, afirmou Pedro Nuno Santos, recordando que um dos motivos pelos quais recusou uma reunião com Montenegro foi precisamente por lhe querer dar publicidade, algo que o Executivo supostamente não desejaria.

Agora, o que importa - salientou ainda - é passar a mensagem de que a indisponibilidade para viabilizar o OE2025 não é atribuível ao PS mas sim ao Governo: “Não podemos estar todos a olhar para o PS como fosse o PS a desejar eleições quando todas os atos deste Governo vão nesse sentido.

E assim, para provar que a indisponibilidade não será do PS, Pedro Nuno Santos concluiu que “não há razão para que Orçamento seja inviabilizado”. “Há espaço para se trabalhar.”