"A OIM está a trabalhar para dar uma resposta regional abrangente e integrada, colaborando estreitamente com as agências irmãs das Nações Unidas, incluindo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Programa Alimentar Mundial (PAM)", anunciou a entidade em comunicado.

Desde o início da estação das chuvas, fortes aguaceiros devastaram vastas regiões, causando mais de 1.500 mortos, afetando quatro milhões de pessoas e deslocando mais de 1,2 milhões de pessoas no Burkina Faso, Camarões, Chade, Guiné-Conacri, Mali, Nigéria e Níger, indicou.

"As cheias deste ano não têm precedentes, o que nos recorda claramente do impacto crescente das alterações climáticas na nossa região", afirmou a diretora regional da OIM na África Ocidental e Central, Sylvia Ekra.

Por isso, e apesar da "preparação para situações de emergência durante todo o ano, a dimensão da situação atual exige um financiamento adicional urgente para responder às necessidades imediatas e a longo prazo", frisou.

No Chade, um dos países mais duramente atingidos, mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas e mais de 164.000 casas foram destruídas, indicou a OIM.

"As deslocações são generalizadas, sobretudo em N'Djamena [a capital do Chade] e nas regiões meridionais ao longo do rio Chari. As inundações devastaram mais de 400.000 hectares de terras aráveis, afetando gravemente a segurança alimentar e os meios de subsistência", lamentou.

As equipas de resposta rápida estão a ajudar as autoridades locais a avaliar as necessidades imediatas através da Matriz de Acompanhamento de Deslocações (DTM) da OIM, disse.

"A OIM também reabriu locais de deslocação anteriormente utilizados para fornecer abrigo temporário e serviços essenciais às pessoas afetadas, no âmbito da estrutura de Coordenação e Gestão de Campos (CCCM)", declarou.

Na Nigéria, as inundações provocaram a deslocação de cerca de 650.000 pessoas, contextualizou.

"As chuvas torrenciais destruíram casas, terrenos agrícolas e infraestruturas vitais em 31 estados, tendo o impacto mais grave sido registado em Adamawa, Bauchi, Borno e Benue", acrescentou.

Entre julho e setembro, o Mali registou a precipitação mais significativa desde 1967, afetando quase todas as regiões e atingindo mais de 180.000 pessoas.

Em toda a África Ocidental e Central, as inundações agravaram as preocupações com a saúde.

"A água estagnada e a falta de saneamento aumentaram o risco de doenças transmitidas pela água, como a cólera, enquanto as infraestruturas danificadas, como as estradas, limitaram o acesso às áreas afetadas, complicando ainda mais os esforços de resposta humanitária", alertou.

Com a previsão de que a estação das chuvas se prolongue até novembro, a OIM apela urgentemente à comunidade internacional para que aumente o seu apoio, a fim de responder às necessidades crescentes, concluiu.

 

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