Os ministros da Economia do bloco regional ASEAN comprometeram-se hoje a não impor medidas de retaliação contra os Estados Unidos em resposta à eventual aplicação de tarifas norte-americanas.

Os representantes ministeriais presentes hoje na reunião da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), que decorreu por videoconferência, disseram que estão prontos a dialogar com os Estados Unidos.

"A ASEAN, como quinta maior economia do mundo, está profundamente preocupada com a recente introdução de tarifas unilaterais pelos Estados Unidos", refere o comunicado dos ministros da Economia e Finanças que participaram no encontro.

O mesmo documento acrescenta que a ASEAN está preocupada com as tarifas anunciadas no dia 02 de abril de 2025 mas também demonstraram receios quanto à última posição de Washington que suspendeu temporariamente a medida na quarta-feira.

A suspensão anunciada pelos Estados Unidos não inclui a República Popular da China.

Na quarta-feira, a diplomacia de Pequim anunciou a deslocação do Presidente da República Popular da China à Malásia.

Os 10 países membros da ASEAN, incluindo a Malásia, que contam com os Estados Unidos como principal mercado de exportação, estão entre os mais afetados pelo eventual aumento dos direitos aduaneiros decidido pelo Presidente Donald Trump.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, apelou aos países da ASEAN para que apresentem uma frente unida face ao aumento dos direitos aduaneiros.

Esta semana, a República Popular da China disse que vai "lutar até ao fim" e tomar contramedidas para salvaguardar os próprios interesses, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado impor uma tarifa adicional sobre as importações chinesas.

O Ministério do Comércio de Pequim disse na terça-feira que a imposição pelos Estados Unidos das tarifas à República Popular da China é infundada.

A guerra comercial global está a tornar-se um duelo de superpotências: Donald Trump anunciou, na quarta-feira, que ia suspender as sobretaxas aduaneiras a nível mundial, mas que tenciona aumentar a medida aplicada à República Popular da China.

Donald Trump, referindo-se diretamente à República Popular da China, anunciou nas redes sociais que pretende aumentar "imediatamente" para 125% o imposto sobre as importações chinesas, que já tinha sido aumentado para mais de 100%.

Trump afirmou também que mais de 75 países se tinham apresentado para negociar uma solução comercial.