A reabertura da passagem de Rafah foi divulgada pelo canal público israelita Kan, citando fontes oficiais palestinianas.
Uma fonte do Crescente Vermelho egípcio disse à agência de notícias EFE que a passagem de Rafah [entre Gaza, Egito e Israel] foi reaberta do lado palestiniano, ainda que não tenha havido, até ao momento, "alguma entrada ou saída" do enclave. A organização acrescentou que pelo menos 50 feridos podem sair do enclave hoje, embora não tenha adiantado mais detalhes.
A passagem de fronteira, que está sob o controlo das autoridades israelitas desde o início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, será controlada pela EUBAM - a missão de segurança europeia que enviará tropas comunitárias -, conforme acordado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) na segunda-feira, e também por residentes de Gaza não afiliados ao Hamas e autorizados por Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, disse aos jornalistas que Espanha manifestou a sua disponibilidade para participar na EUBAM em Rafah.
A razão desta alteração na reabertura da passagem de Rafah, segundo o jornal israelita The Jerusalem Post, foi a troca de reféns por prisioneiros palestinianos, que aconteceu na quinta-feira e não estava prevista no acordo original.
Com o início da guerra na Faixa de Gaza, Israel assumiu o controlo total da passagem de Rafah, a principal via tanto para a entrada de ajuda humanitária como para a saída de residentes de Gaza doentes e feridos durante estes mais de 15 meses de ofensiva militar israelita.
Entretanto, em maio último, quando as tropas do Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, começaram a invadir a cidade de Rafah, no sul do enclave, apesar da oposição do ex-Presidente norte-americano, Joe Biden, ocuparam a passagem e esta foi encerrada.
Esta ação militar agravou a já significativa crise humanitária no enclave palestiniano.
Até ao acordo de cessar-fogo, Israel só ocasionalmente permitia que a passagem fosse aberta para a entrada de alguns camiões que transportavam ajuda humanitária, insuficiente para uma população faminta, e para a saída de pequenos grupos de pessoas doentes.
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