Num comunicado, a PJ disse que "o aumento da fraude através das redes de telecomunicações desacelerou, mas ainda continua a registar uma incidência elevada".
De acordo com dados oficiais, divulgados durante uma conferência de imprensa, a polícia recebeu 354 queixas devido a burlas através do telefone ou telemóvel, menos 13% do que em 2023.
Estes casos originaram perdas avaliadas pelas vítimas em mais de 154 milhões de patacas (18,6 milhões de euros), menos 1,2% do que no ano anterior.
Por outro lado, em 689 casos as vítimas revelaram a burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços 'online', mais do dobro do registado em 2023, causando perdas no valor de 14 milhões de patacas (1,7 milhões de euros).
A PJ acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transações suspeitas e cessação de pagamento, conseguiu recuperar quase 110 milhões de patacas (13,3 milhões de euros) em 597 tentativas de burla.
A polícia de Macau denunciou aos bancos 680 contas suspeitas de serem usadas por burlões e bloqueou 991 portais da Internet que serviam para burlas.
Em 12 de janeiro, a PJ disse ter impedido que um residente fosse vítima de tráfico humano para um centro, no Sudeste Asiático, dedicado à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet.
Duas semanas antes, a PJ disse que cinco residentes tinham sido vítimas de tráfico humano para centros, em Taiwan e Camboja, enganados com falsas promessas de uma remuneração elevada para supostos empregos.
Em 12 de janeiro, as autoridades de Hong Kong disseram que pelo menos 28 residentes da vizinha região foram vítimas de tráfico humano para este tipo de centros em países do Sudeste Asiático.
Uma equipa especial de Hong Kong viajou este mês para a Tailândia, onde se encontrou com o Comité Anti-Tráfico de Pessoas, presidido pela primeira-ministra tailandesa Paetongtarn Shinawatra.
A viagem surgiu quatro dias depois da polícia da Tailândia ter anunciado o resgate do ator chinês Wang Xing, que terá sido raptado em território tailandês e detido num centro na vizinha Myanmar (antiga Birmânia).
Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Pelo menos 120 mil pessoas foram traficadas para Myanmar e cerca de 100 mil para o Camboja, apontou-se no relatório, divulgado em agosto de 2023.
Em 2019, uma operação coordenada entre a polícia de Taiwan e as autoridades portuguesas desmantelou um centro que operava a partir de Cascais e defraudava vítimas na China continental através do telefone.
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