Milhares de pessoas já começaram a concentrar-se em frente ao parlamento sul-coreano, onde a partir das 16:00 (07:00 em Lisboa) os deputados vão começar a discutir uma segunda tentativa de destituição do chefe de Estado.

Junto à Assembleia Nacional, apesar das temperaturas a ronda os zero graus de negativos, voluntários distribuíam aquecedores, café e comida.

Uma manifestante anunciou que alugou um autocarro e colocou-o à disposição dos pais que desejassem mudar fraldas e alimentar os bebés durante o protesto.

A cantora de pop sul-coreano Yuri anunciou que pagou antecipadamente as refeições dos manifestantes.

"Fiquem seguros e cuidem da vossa saúde", escreveu nas redes sociais Yuri, do grupo Girl's Generation, cuja música "Into the New World" ('A Caminho do Mundo Novo') se tornou um hino dos protestos.

Entretanto, num outro local, também no centro de Seul, vários milhares de apoiantes de Yoon reuniram-se agitando bandeiras sul-coreanas e norte-americanas e apelando à detenção dos líderes da oposição.

Na quinta-feira, seis partidos da oposição apresentaram na Assembleia Nacional da Coreia da Sul uma nova moção conjunta para a destituição de Yoon devido à declaração da lei marcial, em 03 de dezembro.

No sábado passado, o conservador Yoon escapou por pouco a uma primeira tentativa de destituição. O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum.

Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon se ia retirar para deixar a governação ao PPP e ao primeiro-ministro.

A oposição acusou o PPP de um "segundo golpe" de Estado.

Mas, tal como já tinha feito na quinta-feira, o líder do PPP, Han Dong-hoon, demonstrou hoje apoio à segunda moção de destituição.

Todos os deputados devem "pensar apenas na Coreia e no seu povo", disse Han.

"Já deixei clara a minha intenção ao nosso povo e aos legisladores", afirmou o dirigente, em declarações à imprensa, citadas pela agência de notícias pública sul-coreana Yonhap.

Até ao momento, sete deputados do PPP afirmaram que vão votar pela destituição. De acordo com a imprensas local, muitos deputados ainda não tomaram uma decisão, poucas horas antes da votação.

A breve declaração de lei marcial, que Yoon suspendeu após seis horas, desencadeou o caos político e grandes protestos que exigiram a destituição do Presidente.

Na quinta-feira, Yoon defendeu o decreto como um ato de governação e negou as acusações de rebelião prometendo "lutar até ao fim".

No mesmo dia, o Parlamento aprovou uma moção de afastamento do chefe da polícia nacional, Cho Ji Ho, e do Ministro da Justiça, Park Sung Jae, suspendendo-os das funções oficiais, devido à aplicação da lei marcial.

 

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