"Sobre eles recaem indícios de terem participado na identificação, localização e aquisição das viaturas que foram usadas para a execução do crime", disse Hilário Lole, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) da cidade de Maputo, numa conferência de imprensa.

Os homens, entre 31 e 41 anos, foram detidos na quinta e sexta-feira, avançou o porta-voz, referindo que "todos já foram constituídos arguidos" e deverão ser "apresentados ao juiz de instrução criminal para o interrogatório" e "legalização da prisão".

O filho do empresário foi raptado no dia 26 de abril, junto à sua casa.

Os raptores terão ameaçado a vítima com uma arma AK-47, obrigando-a a entrar numa das duas viaturas em que seguiam, disse na altura à Lusa Hilário Lole.

Segundo o porta-voz, a vítima ainda não foi resgatada estando a decorrer investigações para a sua localização.

Entre os detidos estão o dono da viatura supostamente usada para o rapto, os intermediários e outras pessoas a quem o carro terá sido vendido.

"Não percebo qual pode ter sido o meu envolvimento [no rapto]. Vendi o meu carro no dia 26 de março, através de um intermediário, e passei-lhes o processo de compra e venda. De seguida o [novo proprietário] foi vender o carro para uma outra pessoa", disse um dos detidos a jornalistas.

"Duas semanas após vender o carro recebemos uma chamada da polícia dizendo que o carro com que andávamos envolveu-se num rapto", afirmou um dos compradores da viatura.

O Sernic avançou que foram detidos sete membros da corporação no ano anterior por envolvimento em raptos e outros tipos de crime no país.

Segundo a procuradora-geral da República de Moçambique, os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos de criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul.

De acordo com Beatriz Buchili, foram registados 14 processos-crime por rapto em 2021, contra 18 em 2020.

A procuradora-geral disse ainda que as "vítimas de rapto" no país são "constantemente chantageadas" pelos raptores mesmo depois de libertadas, para lhes continuarem a pagar quantias em dinheiro, agravando o sentimento de insegurança.

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