"Este exercício no quadro das Nações Unidas para se construir um novo pacto do futuro é uma avaliação estratégica a meio percurso" no processo de desenvolvimento global, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) delineados para 2030, referiu José Maria Neves.
O chefe de Estado intervinha numa conversa com a coordenadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Sousa, publicada pela ONU na Internet.
O encontro de líderes mundiais deve servir para "revisitar alguns debates e adaptar as ações aos desafios que se colocam: o mundo está a mudar de forma extraordinária", acrescentou.
Nesse sentido, José Maria Neves considerou importante que "todos os espaços geoestratégicos estejam representados no seio das Nações Unidas" e que se criem "condições para que a ONU tenha um papel mais determinante nos processos de negociação, visando a paz e estabilidade no mundo".
A cimeira será o espaço para os líderes "encontrarem novos consensos", incluindo na reforma das instituições financeiras internacionais.
José Maria Neves está confiante que serão dados passos importantes e que, "mesmo que não se cumpram a 100%, serão um acréscimo em relação ao passado".
"O mundo, do jeito que está, não está bom para ninguém", disse Patrícia Portela de Sousa, lamentando que esteja longe da equidade, mas otimista no encontro entre todos os países para que sejam dados passos mais inteligentes, para que ninguém, nem nenhum país, "fique para trás".
"Nenhum país sozinho é capaz de responder a todos os desafios", acrescentou.
Nos dias 22 e 23 de setembro, a Cimeira do Futuro receberá chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, que deverão adotar três acordos, o Pacto para o Futuro, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre Gerações Futuras.
São documentos orientados para a ação, reforçando a cooperação global, adaptando-se aos desafios atuais para benefício da população e das gerações futuras.
Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos Estados-membros "coragem" e "ambição máxima" nas fases finais de negociação dos três acordos.
O ex-primeiro-ministro português lançou, em 2021, a ideia desta cimeira, que decorrerá à margem da semana de alto nível da Assembleia-Geral da ONU e que estará centrada na necessidade inadiável de uma maior cooperação internacional para enfrentar as mudanças climáticas, pobreza e desigualdade, ao mesmo tempo em que o mundo se debate com o impacto de conflitos e crises globais de saúde.
LFO (MYMM) // VM
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