A posição foi transmitida pelo chefe de Estado angolano durante o discurso de receção, em Luanda, ao homólogo congolês, Denis Sassou N'Guesso, que está a realizar uma visita oficial de três dias a Angola.

"Devemos trabalhar juntos para evitar a imigração ilegal e prevenir as suas consequências nefastas, através da estrita aplicação dos instrumentos bilaterais existentes e do reforço dos mecanismos de controlo dos dois países", disse José Eduardo dos Santos.

Depois de recordar a "história comum e o passado recente de grandes sacrifícios", na luta de libertação nacional, o Presidente angolano sublinhou que ambos os países trilham hoje "os caminhos da soberania plena e almejam atingir o desenvolvimento que proporcione bem-estar, felicidade, paz e segurança a todos os cidadãos".

"São estes objetivos, aliados à confiança recíproca que soubemos construir, que nos motivam a incrementar a nossa cooperação bilateral", defendeu o Presidente angolano.

Angola e a República do Congo partilham uma fronteira terrestre (no enclave de cabinda) e marítima.

A visita de Estado de Denis Sassou N'Guesso a Angola surge depois da conclusão, segunda-feira, da sétima comissão mista e envolve a assinatura de acordos entre os dois países nos domínios da Defesa, transportes fluvial e marítimo, comércio transfronteiriço e supressão de vistos nos passaportes diplomáticos e de serviço.

"Sugerimos o reforço e aperfeiçoamento das regras que regem a circulação de pessoas e bens, por forma a disciplinar mais o comércio na zona transfronteiriça e assegurar o contacto regular entre as estruturas administrativas dos dois países", apontou ainda José Eduardo dos Santos, defendendo a criação de "mecanismos de gestão e acompanhamento dos compromissos assumidos" na cooperação bilateral.

Os dois chefes de Estado reuniram-se em privado, tendo antes Sassou N'Guesso sublinhado o papel de Angola na liderança da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), numa altura em que o Presidente da República do Congo tem mediado o conflito na República Centro-Africana, um dos países que integra esta comunidade.

"Pode continuar a contar com o apoio de Angola no cumprimento desta missão. Na verdade, Angola e a República do Congo têm o dever moral, por razões históricas, de desenvolver todos os esforços ao seu alcance para que o nosso continente, de um modo geral, entre numa era de paz, estabilidade, progresso e bem-estar dos seus povos", rematou José Eduardo dos Santos.

O programa oficial da visita de Denis Sassou N'Guesso a Angola envolvia hoje a deslocação ao Lobito, na província de Benguela, para conhecer o renovado caminho-de-ferro que liga o litoral ao interior do continente africano.

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