Nesse sentido, o Presidente sul-africano deslocou-se a Varsóvia onde se avistou, hoje à tarde de hoje, o seu homólogo Andrzej Duda, da Polónia, país que partilha fronteiras com a Ucrânia e a Rússia, avançou em comunicado, a que a Lusa teve acesso.

Ramaphosa participou nos últimos dois dias na Cimeira da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra, Suíça.

"O Presidente Ramaphosa segue agora para a capital ucraniana, Kiev, para deliberações amanhã, como membro da Missão de Paz Africana, com o Presidente Volodymyr Zelensky", referiu.

A delegação integra os chefes de Estado da África do Sul, Zâmbia, Comores, Congo Brazzaville, Egito, Senegal e Uganda, "como representantes de um continente que tem sentido o impacto económico adverso do conflito", sublinhou.

Pretória informou que nas últimas semanas, o Presidente Ramaphosa conversou com o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, o Presidente Zelensky, o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, outros líderes de países do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

As conversas incidiram sobre os esforços de facilitação de "um processo pacífico para o conflito Ucrânia-Rússia, em consonância com a posição da África do Sul como Estado não-alinhado".

Ainda na sexta-feira, Ramaphosa desloca-se à Rússia, e a delegação de chefes de Estado africanos será recebida pelo Presidente Putin, no sábado, em São Petersburgo, segundo a Presidência da República.

O chefe de Estado sul-africano regressa domingo a Pretória.

"Estamos satisfeitos e encorajados pela abertura com que os dois Presidentes se comprometeram a dialogar com os líderes africanos sobre este assunto. Na nossa própria experiência, é em tempos de conflito agravado que a busca pela paz deve ser igualmente acelerada", sublinhou o Presidente sul-africano, citado no comunicado.

"Esta iniciativa de paz deve ser vista como um complemento de outras iniciativas de paz apresentadas por outras partes. A força desta missão é que os líderes africanos estarão envolvidos com ambas as partes", acrescentou.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.983 civis mortos e 15.442 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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