
"As equipas ucraniana e norte-americana estão a trabalhar num projeto de acordo entre os nossos governos (...) Espero um resultado --- um resultado justo", apontou Zelensky, na sua mensagem de vídeo noturna transmitida nas redes sociais, depois de ter rejeitado uma versão inicial deste acordo.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Michael Waltz, adiantou hoje que o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky vai assinar "em breve" o acordo de exploração de terras raras proposto por Washington, para recuperar o dinheiro atribuído durante o conflito.
"O presidente Zelensky vai assinar este acordo, esse é o ponto principal", garantiu Waltz, na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) em Washington, citado pela estação Fox News.
O conselheiro lembrou ainda que foi Zelensky quem propôs este tipo de cooperação em setembro de 2024, no âmbito do seu plano de vitória, que incluía o investimento e a exploração de uma série de recursos naturais que a Ucrânia possui no leste do seu território, parcialmente ocupados neste momento pela Rússia.
No entanto, o primeiro esboço do acordo não agradou a Zelensky, por não incluir garantias de segurança, mas incluir um benefício de 50% para os Estados Unidos na exploração destes depósitos.
A posição de Zelensky gerou inquietação na Casa Branca, que fez novas alterações para o convencer.
O próprio Trump voltou a manifestar hoje o seu descontentamento com esta nova "perda de tempo" e lamentou a visita do secretário do Tesouro, Scott Bessent, a Kiev na semana passada para entregar a proposta a Zelensky, a quem repreendeu por tornar "muito difícil" fechar qualquer acordo.
Ao longo desta semana, Trump atacou por várias vezes Zelensky, e a sua aproximação a Vladimir Putin suscitou receios de uma rutura entre Washington e a Ucrânia, que depende crucialmente da ajuda norte-americana para resistir à invasão russa.
Também hoje Trump disse que a presença do seu homólogo ucraniano negociações para pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia "não era muito importante".
Depois de se referir a Zelensky como um "ditador sem eleições", Trump já tinha dito, na quarta-feira, que os russos tinham "tomado demasiado território" na Ucrânia, o que lhes dá uma grande vantagem em eventuais negociações de paz.
A guerra em curso foi desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, para, segundo o Presidente russo, Vladimir Putin, "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
Desconhece-se o número de vítimas civis e militares em quase três anos de combates, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.
DMC // RBF
Lusa/Fim