"Há muita adesão", disse Anselmo Muchave, presidente da Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique (Apsusm), referindo que paralisaram a atividade cerca de 18 mil profissionais, cerca de um terço dos 54 mil do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse durante uma visita à cidade da Beira ter "informações de todo o país" segundo as quais "há algumas ausências", reconheceu, "de alguns profissionais de saúde", mas que "de uma forma geral o trabalho nas unidades sanitárias está a decorrer".
O governante voltou a fazer um apelo para que o setor não adira à greve para não prejudicar os serviços de saúde.
Anselmo Muchave, presidente da Apsusm, pediu "perdão à população moçambicana" pela situação "delicada" provocada pelo protesto, mas considerou que a paralisação é justificada.
"O material e equipamento de trabalho que nós exigimos não é para levar para as nossas casas, é mesmo para servir os pacientes", sustentou.
Muchave manifestou "abertura ao diálogo" com o Ministério da Saúde, mas defendeu que o desejo da associação era que fosse "ao mais alto nível do Governo" visando o alcance de "resultados satisfatórios".
Assinalou que as discussões com a tutela "fracassaram", porque o Ministério da Saúde escudou-se no argumento de não reconhecer a existência da associação, por não ter ainda os estatutos publicados no Boletim da República.
Vários enfermeiros e técnicos administrativos disseram à Lusa que não estão a trabalhar em observância à greve e ao apelo da Apsusm.
"Os doentes estão a voltar para casa, porque não há atendimento", afirmou uma técnica administrativa que trabalha num dos maiores hospitais de Maputo.
A Apsusm queixa-se da falta de luvas e soro entre outros materiais nas unidades de saúde, além de contestar a Tabela Salarial Única (TSU).
No final do último ano, outra organização, a Associação Médica de Moçambique (AMM), fez uma greve de 19 dias em protesto contra a TSU, alcançando acordos com o Governo nalguns pontos do caderno reivindicativo.
PMA (LFO) // LFS
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