"Porventura, está no momento de nós olharmos de forma diferente para a resposta em que o país assenta, que continua a ser numa rede de associações humanitárias e de bombeiros voluntários. A profissionalização poderá ser a resposta para que não estejamos sempre nesta angústia da falta de capacidade de resposta", sustentou.
O conselho diretivo da ANMP reuniu durante a manhã de hoje em Coimbra, tendo sido abordadas as dificuldades enfrentadas, nas últimas horas, para combater os fogos espalhados por vários pontos do país, depois de uma época até então calma.
Em declarações à agência Lusa, Luísa Salgueiro sublinhou que a resposta aos incêndios continua assente numa estrutura de bombeiros voluntários, embora as corporações já tenham muitas equipas profissionais.
"Por muito que estejamos preparados, nestas ocasiões é sempre difícil. Diria que tem sido feito um grande trabalho, quer do ponto de vista legislativo, normativo, definição de regras, de corredores de segurança, definição de áreas de intervenção prioritária, mas no momento crítico nada é suficiente", referiu.
No seu entender, num momento crítico como o que se atravessa, há "sempre a necessidade de maior articulação".
A presidente da ANMP aproveitou ainda para deixar uma palavra de pesar pelas vítimas dos incêndios das últimas horas, manifestando também a sua solidariedade para com os autarcas que viram os seus concelhos serem atingidos, bem como para todas as entidades e corporações que se encontram no terreno.
"Obviamente que, mais uma vez, os municípios estão na linha da frente, não só enquanto responsáveis pela proteção civil, mas também na ajuda às populações. Há situações diversas: pessoas que ficaram desalojadas, corporações que precisam de apoio, e os municípios e a comunidade, de uma forma geral, estão mais uma vez numa atitude solidária a responder a todas as necessidades", indicou.
A também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos disse ainda que agora é necessário identificarem-se rapidamente os danos e os prejuízos, para "não só indemnizar as pessoas lesadas, mas sobretudo para refazer vidas, que é o que está em causa".
"As pessoas ficam com as vidas destruídas, perdem todos os seus haveres e, portanto, é decisivo que sejamos capazes de responder, mas também responder rapidamente, porque a vida das pessoas não pode ficar em suspenso", concluiu.
Durante o dia de hoje, os autarcas do PSD divulgaram um comunicado a solidarizar-se com todos os que estão envolvidos no combate aos fogos.
Na nota enviada aos jornalistas, o presidente dos autarcas social-democratas, Pedro Pimpão, manifesta solidariedade com os intervenientes, incluindo as forças de segurança e os agentes da Proteção Civil, destacando ainda o trabalho dos autarcas "que mais uma vez estão na linha da frente em defesa das suas populações".
Segundo Pedro Pimpão, o desenrolar dos acontecimentos está a ser acompanhado com muita preocupação, "mas confiança em quem está no terreno e que decide a melhor forma de atuar".
Por outro lado, convida à reflexão para, futuramente,"se delinearem estratégias que possam ajudar a diminuir situações idênticas às que o país atravessa".
CMM // JEF
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