Paulo Rangel respondia aos deputados da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, durante uma audição regimental, sublinhando a importância de todas as partes estabelecerem "um caminho para a saída desta crise e instabilidade" em Moçambique.
"O que encontrei, e tenho encontrado recorrentemente, é disponibilidade do novo Presidente da República para o diálogo e fazer reformas e essa oportunidade deve ser aproveitada", disse.
E adiantou que tal "implica que os partidos da oposição, que têm um caderno de encargos exigente e em grande parte merecedor de acolhimento", têm mostrado "disponibilidade para esta conversa".
"É importante que haja disponibilidade do candidato Mondlane para entrar no diálogo, coisa que tem mostrado que tinha", adiantou.
Para Paulo Rangel, é importante que todas as partes estabeleçam um caminho para a saída desta crise e instabilidade.
"Estamos dispostos a colaborar. É fundamental que haja diálogo. É muito importante abrir canais de diálogo, para criar estabilidade e prosperidade", indicou.
O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar nas eleições gerais de 09 de outubro.
Este anúncio provocou o caos em todo o país, com apoiantes de Venâncio Mondlane - que, segundo o Conselho Constitucional, obteve apenas 24% dos votos - a manifestarem-se nas ruas, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.
A contestação dos resultados eleitorais já provocou pelo menos 315 mortos e cerca de 750 feridos a tiro, segundo organizações da sociedade civil.
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