Um drone lançado pelo Hezbollah a partir do Líbano atingiu, este sábado de manhã, a residência privada do primeiro-ministro de Israel em Caesarea, a norte de Telavive (centro de Israel).

O ataque envolveu o disparo de três aparelhos aéreos não tripulados. Dois foram intercetados pelo sistema de defesa de Israel e um terceiro embateu na casa dos Netanyahu. Nenhum membro da família estava no local.

Para chegar a Caesarea, o drone percorreu, desde a fronteira entre o norte de Israel e o sul do Líbano, cerca de 80 quilómetros. Segundo o jornal israelita “Haaretz”, as sirenes de alerta que habitualmente preparam as populações para um ataque iminente, e que sinalizam para que se protejam em abrigos, não foram ativadas antes do ataque.

Segundo o jornal “The Times of Israel”, a hierarquia militar está a investigar “o incidente que aparentemente resultou de várias falhas no sistema de alerta”.

A reportar desde a Jordânia, após ser proibida pelo Governo israelita de trabalhar em Israel e nos territórios palestinianos, a televisão árabe Al-Jazeera refere que em Caesarea, cidade famosa também pelo seu património romano, “vivem empresários e políticos e ali se concentra muito poder e ativos estratégicos, incluindo bases militares e refinarias de petróleo”.

A área foi isolada por um forte dispositivo de segurança e foram impostas medidas muito restritas de acesso ao local.

Importante aliado do Irão, o movimento xiita libanês Hezbollah está instalado no sul do Líbano, onde Israel tem em curso uma ofensiva terrestre para afastar o grupo armado da sua fronteira.

Desde o massacre do Hamas em Israel, a 7 de outubro de 2023, o Hezbollah tem alimentado uma segunda frente da guerra em Gaza, bombardeando território israelita diariamente.

A 27 de setembro, um bombardeamento israelita a Beirute matou o líder da organização, Hassan Nasrallah.

O ataque à residência de Netanyahu acontece no dia seguinte ao anúncio do Hezbollah de que o grupo iria entrar “numa nova e crescente fase no confronto com Israel”, segundo um comunicado divulgado no canal do grupo na rede social Telegram.

Na véspera do anúncio, Israel eliminou o seu alvo mais precioso, Yahya Sinwar, o mentor dos ataques de 7 de outubro que provocaram mais de 1200 mortos e cerca de 250 reféns. Hoje, subsistem ainda dentro de Gaza 101 cativos israelitas.