Segundo o responsável, as duas primeiras escolas a serem encerradas foram na Boa Vista - a Escola Secundária e depois um centro educativo -, após detetarem casos positivos de covid-19.
Neste mesmo caso, a delegação do Ministério da Educação da ilha também foi encerrada temporariamente, prosseguiu Julião Barros, informando que outra escola foi encerrada na ilha Brava, mas que já reabriu as portas para as aulas presenciais.
No concelho de Santa Catarina de Santiago, as atividades letivas foram suspensas em duas escolas, prosseguiu, sublinhando, que neste caso, a decisão foi "precipitada", já que não cumpria com o que está na resolução, que diz que, no caso de escola secundária, deve 'fechar-se' apenas a turma onde os casos foram detetados, e não toda a escola.
Entretanto, após os dois casos de infeção pelo novo coronavírus, esses dois estabelecimentos educativos já voltaram a funcionar com aulas presenciais, ainda segundo o inspetor-geral.
Também a escola secundária Januário Leite, no concelho do Paul, esteve encerrada por um dia, e a escola Jorge Barbosa, em São Vicente, suspendeu as aulas apenas durante uma manhã, após registar casos positivos na comunidade educativa.
Julião Barros confirmou que as aulas também já foram retomadas nesses dois estabelecimentos de ensino nas duas ilhas mais a norte de Cabo Verde.
As aulas arrancaram em todo o país em 01 de outubro, mas na cidade da Praia, o epicentro da transmissão comunitária do vírus, o início das aulas presenciais foi adiado para "depois de 31 de outubro" na.
Durante uma intervenção no parlamento em meados do mês, a ministra da Educação, Maritza Rosabal, afirmou que estão a ser estudadas alternativas ao arranque do ano letivo na capital do país.
"Estamos a trabalhar na procura de soluções que nos permitam, a 02 de novembro, termos cenários alternativos, que serão previamente partilhados com as associações de pais, mães e encarregados de educação, docentes e autoridades de saúde aqui no concelho da Praia", disse a ministra.
Na semana passada, a diretora nacional da Educação cabo-verdiana, Eleonora Sousa, disse à Lusa que só o aumento exponencial de casos de covid-9 e regresso ao estado de emergência poderiam evitar o início das aulas presencias na cidade da Praia em 02 de novembro.
A ministra da Educação tinha acrescentado antes que para iniciar o ano letivo nas 428 escolas do país foram investidos até ao momento, na aquisição de máscaras, álcool gel, máquinas automáticas de lavagem de mãos e termómetros, mais de 20,1 milhões de escudos (182 mil euros), sem contabilizar os custos das doações de material de proteção individual.
"Para assegurar o cumprimento das normas de biossegurança foi necessário, em primeiro lugar, garantir as condições de funcionamento exigidas, tanto em termos de instalações, como de materiais e de produtos sanitários", assumiu a governante.
Cabo Verde tinha até segunda-feira um acumulado de 8.423 casos positivos desde 19 de março, dos quais 94 óbitos, dois doentes transferidos e 7.455 casos recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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