"Luís Montenegro optou por fugir dos debates e do escrutínio dos portugueses, o PAN não fará o mesmo, nós estamos disponíveis para esclarecer a população sobre aquilo que são as nossas propostas", disse Inês de Sousa Real após uma visita à sede da APAV, em Lisboa, depois ser questionada sobre a decisão do seu partido de manter-se representado pela líder nos debates com a AD.

Entre os três partidos com quem a AD escolheu fazer-se representar pelo líder do CDS-PP, Nuno Melo, nos debates televisivos, o PAN foi o único que manteve a sua líder como representante nesse confronto. O BE avançou com a deputada Joana Mortágua e o Livre escolheu a líder parlamentar Isabel Mendes Lopes.

Inês de Sousa Real argumentou que, "apesar de Luís Montenegro ter fugido ao debate, as suas políticas de recuo não deixam de estar presentes na vida das pessoas", exemplificando com as dificuldades de acesso às urgências ou os "tempos de espera inaceitáveis para as consultas médicas".

Questionada sobre se a escolha do PAN - que equacionou também avançar com outro nome para os debates - pode revelar uma falta de quadros no partido preparados para ir enfrentar o líder do CDS-PP, Sousa Real negou, garantindo que o partido tem "quadros muito relevantes" e preparados e que a sua presença nos debates se deve apenas ao cumprimento do compromisso de que os partidos seriam representados pelos seus líderes.

"Não nos podemos esquecer que (não se pode) estar a dar um sinal de que existem políticos de primeira ou políticos de segunda, partidos de primeira ou partidos de segunda. Nós não alinhamos nesse tipo de diálogo nem nesse tipo de desvalorização", disse.

Sobre as decisões do Livre e Bloco de avançarem com outras figuras do partido para os debates, Sousa Real absteve-se de comentar e remeteu essa avaliação para os eleitores, afirmando que lhes caberá "perceber as opções dos diferentes partidos" e os seus compromissos.

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