Dois ataques atingiram esta quarta-feira uma zona xiita no sul de Beirute, minutos depois de o exército israelita ter avisado a população para sair da área.

De acordo com imagens transmitidas em direto pela televisão da agência de notícias France-Presse (AFPTV), os ataques israelitas visaram o bairro xiita de Haret Hreik, no sul de Beirute.

Antes, as forças israelitas tinham pedido, em comunicado, à população para sair da zona: "estão perto de instalações e interesses ligados ao Hezbollah contra os quais o exército israelita vai atuar num futuro próximo".

A agência de notícias oficial libanesa afirmou tratar-se de um ataque aéreo, mas as imagens da AFPTV mostram um segundo bombardeamento contra a mesma zona.

O exército israelita tem realizado bombardeamentos regulares no Líbano, no âmbito da ofensiva destinada a neutralizar o movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, que tem bombardeado território israelita.

Israel diz que foram disparados 50 projéteis do Líbano

O exército de Israel afirmou que foram disparados 50 projéteis contra o norte do país a partir do Líbano. "Alguns projéteis foram intercetados", acrescentou o exército, sem mencionar a existência de vítimas.

Já o movimento xiita libanês Hezbollah afirmou ter disparado "uma grande salva de mísseis" na direção da cidade de Safed, no norte israelita.

Pelo menos cinco pessoas morreram e 16 ficaram feridas na terça-feira num ataque das Forças de Defesa de Israel contra Rayak, no leste do Líbano, disseram as autoridades libanesas.

Num balanço divulgado anteriormente por Beirute, pelo menos 2.350 pessoas morreram e 10.906 ficaram feridas em ataques israelitas no último ano.

O Hezbollah e Israel estão em confronto desde 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, e, durante quase um ano, as hostilidades limitaram-se a trocas de tiros junto à fronteira, conhecida como "Linha Azul", linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em junho de 2000.

No final de setembro, Israel iniciou uma campanha de bombardeamentos no sul e no leste do Líbano, mas também nos subúrbios de Dahieh, no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, onde foi morto o líder do grupo armado libanês apoiado pelo Irão Hassan Nasrallah, e outros dirigentes.

Mais recentemente, o exército israelita realizou também ataques que fizeram dezenas de mortos no centro da capital libanesa e contra zonas do norte do país, dantes considerados locais mais seguros para largos milhares de deslocados em fuga dos bombardeamentos.

O Governo libanês indicou que mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, embora apenas cerca de 188 mil tenham sido registadas nos 1.059 abrigos criados pelas autoridades em todo o Líbano.

Com Lusa