Pelo segundo dia consecutivo, os tanques israelitas avançaram em Khan Yunis, para a cidade de Bani Suhaila, enquanto os palestinianos fogem da zona. Israel indicou que o objetivo dos ataques naquela região da Faixa de Gaza é impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas. Desde segunda-feira, morreram pelo menos 80 palestinianos, de acordo com as autoridades sanitárias de Gaza.

Em Washington, o primeiro-ministro israelita encontrou-se com representantes das famílias de reféns, a quem transmitiu que um acordo que garanta a libertação pode estar próximo. “As condições [para um acordo] estão, sem dúvida, a amadurecer. Isto é um bom sinal”, afirmou Benjamin Netanyahu. “Infelizmente, não acontecerá de uma só vez, haverá etapas. No entanto, acredito que podemos fazer avançar o acordo”, acrescentou.

Em reação, um alto funcionário do Hamas disse à Reuters que não há nada de novo na posição do líder israelita. “Netanyahu continua a empatar e está a enviar delegações apenas para acalmar a raiva das famílias dos prisioneiros israelitas”, declarou Sami Abu Zuhri.

Mais notícias do dia:

⇒ Um membro do gabinete político do Hamas anunciou que o movimento assinou um acordo de “unidade nacional” com outras fações palestinianas, incluindo a rival Fatah, após uma reunião na China. “Estamos empenhados e apelamos à unidade nacional”, afirmou Musa Abu Marzouk, após a assinatura do acordo, em Pequim, comprometendo-se a acabar com a divisão e procurar a criação de um governo de “reconciliação”.

⇒ O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, elogiou o acordo alcançado entre 14 grupos palestinianos e considerou que a unidade “é crucial para a paz e a segurança”. “A unidade palestiniana é crucial para a paz e a segurança e para promover as aspirações do povo palestiniano à autodeterminação e a um Estado palestiniano totalmente independente, democrático, contíguo, viável e soberano”, defendeu o porta-voz, Stéphane Dujarric.

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel criticou a Fatah, do Presidente palestiniano Mahmoud Abbas, por ter assinado o acordo. “O Hamas e a Fatah assinaram um acordo na China para o controlo conjunto de Gaza após a guerra. Em vez de rejeitar o terrorismo, Mahmoud Abbas abraça os assassinos e violadores do Hamas, revelando assim a verdadeira face. Na realidade, isso não vai acontecer, porque o Hamas vai ser esmagado e Abbas vai ficar a observar Gaza à distância”, declarou Israel Katz em comunicado.

⇒ A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou “muita preocupação” com a possibilidade de uma epidemia na Faixa de Gaza, especialmente depois de ter isolado o poliovírus tipo 2 (poliomielite) em amostras de águas residuais. “Estou muito preocupado. Estou extremamente preocupado e não é só a poliomielite. Pode haver outras epidemias de doenças transmissíveis”, disse Ayadil Saparbekov, chefe da equipa da OMS para as emergências de saúde nos territórios palestinianos.

⇒ Cinco palestinianos, incluindo uma mãe e uma filha, foram mortos num ataque do exército israelita contra um campo de refugiados em Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, indicaram à France Presse responsáveis locais. As forças israelitas invadiram o campo durante a madrugada, que está localizado numa cidade situada no extremo ocidental da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.

⇒ O Governo do Iémen e os rebeldes hutis chegaram a um acordo para aliviar as tensões, anunciou a ONU. As partes informaram Hans Grundberg, enviado da ONU para o Iémen, que “tinham acordado várias medidas de desanuviamento”. O enviado agradeceu à Arábia Saudita pelo “papel importante” na obtenção do acordo, que prevê o “cancelamento de todas as decisões e procedimentos recentes tomados pelas duas partes contra os bancos e a cessação no futuro de qualquer decisão ou procedimento semelhante”.

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