Quase uma semana depois das inundações que atingiram o leste de Espanha, o número de vítimas da depressão DANA continua a aumentar. Pelo menos 217 pessoas morreram e há um sem-número de desaparecidos. Muitos poderão ter ficado presos em garagens subterrâneas.

“Tudo indica que muitas pessoas morreram quando foram buscar o carro (...) Ainda não conseguimos aceder às garagens”, disse o presidente da Câmara de Paiporta, uma das zonas mais afetadas pela DANA.

Ao El País, Maribel Albalat afirmou que, "na ausência de confirmação, tudo indica" que muitos dos desaparecidos estarão em garagens subterrâneas, inundadas durante a tempestade de terça-feira.

“Muitos ficaram com água até o pescoço. Muitos idosos que moravam no rés-do-chão e que foram apanhados pela chuva e não conseguiram sair também morreram.”

As buscas continuam e a prioridade agora é verificar as garagens subterrâneas inundadas. Centenas de militares estão concentrados apenas nessa tarefa.

Com recurso a maquinaria pesada, os soldados estão a trabalhar na drenagem de dois grandes estacionamentos de centros comerciais, nas localidades de Aldaia e Alfadar, sem saber o que vão encontrar.

O parque de estacionamento do centro comercial de Bonair, em Aldaia, tem espaço para cerca de 5000 carros, mas estaria “com um nível mínimo de ocupação”, de acordo com o autarca da cidade, Guillermo Luján.

Manuel Bruque

“Disseram-nos que [o parque de estacionamento] não estava cheio, mas estavam lá muitos carros. O problema é q ue muita gente também se abrigou lá, então não sabemos o que esperar” , disse Cristina Vano, voluntária, à Sky News .

Equipas de mergulho foram chamadas ao local, mas ainda não conseguiram operar devido à quantidade de destroços e combustível.

De acordo com as autoridades, as buscas nestes locais serão um processo longo e complicado, e a única esperança é que o número de vítimas mortais não seja tão elevado quanto temem.

“Não podemos dar um número certo de desaparecidos”

O ministro do Interior confirmou esta segunda-feira que pelo menos 217 pessoas morreram nas inundações. Em entrevista à RTVE, Fernando Grande-Marlaska afirmou ainda que não é possível dar um “número certo” do total de desaparecidos.

Podem ser dezenas ou centenas de desaparecidos, não havendo qualquer certeza em relação ao número total. O ministro disse mesmo que dar um número de desaparecidos não é fácil e é “melhor não o fazer”.

A única certeza é que as autoridades espanholas estão empenhadas numa “busca permanente” pelas vítimas da tragédia que assolou o país vizinho.