
Os líderes dos dois países gostariam que fosse a outra parte a deslocar-se, por uma questão de prestígio diplomático, mas as conversações iniciais giraram em torno da visita de Trump à China, segundo fontes citadas pelo South China Morning Post.
De acordo com uma fonte chinesa, "é mais difícil para os funcionários de Pequim falarem com os seus homólogos nos Estados Unidos agora do que durante a Administração de Joe Biden, uma vez que Washington está a passar por mudanças drásticas".
Uma pessoa com conhecimento dos preparativos garantiu ao jornal que Trump manifestou a esperança de que Xi visitasse a sua propriedade de Mar-a-Lago, no estado da Florida, no sudeste do país, onde os dois líderes já se encontraram em 2017.
No entanto, os responsáveis chineses indicaram que preferiam um encontro "mais formal" em Pequim ou em Washington.
Pouco antes da tomada de posse, a 20 de janeiro, Trump manifestou aos seus conselheiros a intenção de viajar para a China após a tomada de posse, possivelmente nos primeiros 100 dias do mandato, informou na altura o The Wall Street Journal.
O Presidente dos EUA teve uma conversa telefónica que descreveu como "muito positiva" com Xi no início deste ano, pouco antes de tomar posse.
A visita de Trump, que se deslocou à China em novembro de 2017, durante o primeiro mandato, ocorre num momento em que as fricções comerciais entre a China e os Estados Unidos continuam a aprofundar-se, depois de terem entrado em vigor, na segunda-feira, novas taxas alfandegárias impostas por Pequim sobre vários produtos norte-americanos do setor agroalimentar.
A imposição de taxas surgiu em resposta à decisão de Trump de duplicar para 20% as taxas alfandegárias adicionais impostas ao país asiático desde que regressou à Casa Branca.
Trump justificou as taxas contra produtos chineses com o facto de Pequim não estar a fazer o suficiente para impedir a entrada de fentanil nos Estados Unidos, o que as autoridades chinesas consideram "um pretexto", uma vez que a política antidroga da China "é uma das mais rigorosas do mundo".
Em fevereiro, a China impôs já taxas entre 10% e 15% sobre outros produtos norte-americanos, além de estabelecer controlos de exportação sobre minerais essenciais e abrir uma investigação antimonopólio contra o gigante tecnológico Google.
Durante a primeira presidência, Trump impôs várias rondas de taxas sobre centenas de milhares de milhões de importações oriundas da China, às quais Pequim respondeu com taxas sobre as exportações dos EUA.
JPI // CAD
Lusa/Fim