"A República Bolivariana da Venezuela condena categoricamente as declarações falsas e imprudentes feitas pelo chefe do Comando Sul [do exército dos Estados Unidos], Alvin Holsey, durante a sua recente comparência perante o Senado dos EUA", disse na quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano.

Num comunicado, Yván Gil sublinhou que as declarações de Holsey "carecem de fundamento e repetem a mesma narrativa enganosa, comprada pela administração [do anterior Presidente norte-americano Joe] Biden, com a qual a ultradireita venezuelana os enganou, utilizando milhões de dólares provenientes das contribuições de cidadãos norte-americanos".

"As acusações de narcotráfico, corrupção e desestabilização não são mais que 'fake news' [notícias falsas] e campanhas de guerra suja do passado, que já provaram ter falhado. Procuram justificar os seus próprios erros, assim como a cumplicidade e a corrupção que conduziram à situação em que se encontram atualmente os extremistas na Venezuela, bem como encobrir as verdadeiras redes de tráfico ilícito na região, cujas rotas são bem conhecidas do Comando Sul", afirmou o ministro.

Yván Gil disse que a Venezuela enfrenta o narcotráfico com um modelo soberano e responsável, "combatendo com firmeza um problema que tem raízes fora das suas fronteiras".

"Condenamos as desqualificações de organizações militares norte-americanas, como o Comando Sul, que têm um historial de ingerência e atitudes colonialistas", explicou o ministro.

Yván Gil reafirmou "o seu compromisso com a paz, com a estabilidade e um mundo multicêntrico e pluripolar" e apela "aos setores políticos dos EUA para que abandonem a retórica de confronto e respeitem a autodeterminação dos povos".

Horas antes, o chefe do Comando Sul do exército dos EUA, Alvin Holsey, disse, perante a Comissão de Serviços Armados do Senado (a câmara alta do parlamento norteamericano), disse que o Governo do Presidente Nicolás Maduro se envolveu em várias atividades ilícitas para se enriquecer, contribuindo para a desestabilização da Venezuela.

"Sob Maduro, a Venezuela tornou-se um importante centro de tráfico de cocaína e de armas, transformando o país numa força desestabilizadora no hemisfério ocidental", disse Holsey, que acusou Caracas de estar envolvida em "narco-terrorismo, corrupção, tráfico de droga, branqueamento de capitais e abusos dos direitos humanos e outras atividades nefastas".

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