"Podemos ter canhões de último grito, mas se a população é hostil ao Estado moçambicano, não haverá vitórias", afirmou Bertolino Capitine, num encontro com militares destacados no distrito de Macomia, um dos atingidos pela ação de grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

O oficial avançou que as FADM devem manter o empenho na erradicação do "terrorismo" em Cabo Delgado, assinalando, sem concretizar, que "o momento já chegou".

"O momento já chegou para destruirmos os 'contra- pátrias', as condições já estão criadas, aquilo que nós precisávamos para fazer face ao terrorismo já recebemos", enfatizou, sem especificar.

O vice-chefe do Estado-Maior General referiu que a derrota dos "terroristas" será uma forma de honrar o chefe do Estado-Maior General das FADM, Eugênio Mussa, que morreu há uma semana vítima de doença.

Eugênio Mussa disse em dezembro do ano passado que 2021 seria um "ano decisivo para resolver o pendente" em Cabo Delgado, derrotando os "contra-pátria".

A referência do vice-chefe do Estado-Maior General à necessidade de as FADM manterem relações saudáveis com a população dos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado ganha importância num contexto em que as forças governamentais têm sido acusadas de cometer abusos contra civis, atraindo a antipatia das comunidades na região.

A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.

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