"Esta situação tem criado um sentimento de insegurança para os cidadãos, em especial às vítimas, que continuam reféns, mesmo após a sua libertação física, sendo constantemente chantageadas para pagamento de valores", declarou Beatriz Buchili.
Buchili falava na Assembleia da República, durante a sessão de informação anual do procurador-geral da República, que começou hoje e termina na quinta-feira.
A atuação dos raptores faz com que as vítimas se sintam em dívida, principalmente quando os visados não tenham liquidado a totalidade do valor de resgate, prosseguiu.
A procuradora-geral avançou que os crimes de rapto têm vindo a recrudescer, principalmente na cidade de Maputo, sul, e província de Sofala, centro, e os "grupos de criminosos" têm ramificações transfronteiriças, mantendo "células" em países como África do Sul.
Nesse sentido, continuou, exige-se o reforço da coordenação com os países vizinhos atingidos por este tipo de delitos.
Beatriz Buchili afirmou que em 2021 o país registou 14 processos-crime por rapto contra 18 em 2020, uma redução em quatro processos.
"Para fazer face a este tipo de criminalidade, temos estado a atuar nas vertentes preventiva e repressiva, incluindo o recurso aos instrumentos de cooperação, a nível internacional e da região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], com destaque com a África do Sul", enfatizou.
A nível interno, o Ministério Público intensificou a articulação com os serviços de telecomunicações, instituições de crédito e sociedades financeiras, visando assegurar a fluidez de informação sobre suspeitas de rapto, acrescentou.
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