O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recusa reduzir o exército para um quinto num futuro acordo de paz. Em Davos, defende que a Europa deve fazer muito mais para se estabelecer como um ator global indispensável.
No fórum económico em Davos, na Suíça, Volodymyr Zelensky garante que não vai ceder à exigência russa.
No discurso, diz que está a trabalhar para marcar uma reunião com o novo Presidente dos Estados Unidos.
Defende ainda que a Europa tem de se tornar um ator global forte, capaz de garantir a segurança para si e para os outros.
"A Europa tem de ter um lugar à mesa quando se fazem acordos sobre guerra e paz, e não falo apenas da Ucrânia. Esta deveria ser a norma. A Europa merece mais do que ser um mero espetador, com os seus líderes reduzidos a uma publicação no X depois de um acordo já ter sido feito. A Europa tem de moldar os termos desses acordos", afirma.
Na reunião anual do Fórum Económico Mundial de Davos, que decorre esta semana nesta localidade suíça, considera que é uma incógnita qual será o posicionamento do Presidente norte-americano, Donald Trump relativamente à NATO e política de alianças de Washington.
Ressalvando que mantém muito boas relações com o novo Presidente dos Estados Unidos, que classificou como "um aliado indispensável", Zelensky questionou o posicionamento de Trump face à NATO e à Europa neste segundo mandato, depois de no anterior ter por diversas vezes criticado a Aliança Atlântica e basicamente ignorado a União Europeia.
"Será que o Presidente Trump vai sequer prestar atenção à Europa? Considerará a NATO necessária? E respeitará as instituições europeias?", questiona, para enfatizar a necessidade de a Europa fazer muito mais em matéria de defesa e segurança, incluindo na área tecnológica, para não ficar definitivamente para trás e poder defender-se das ameaças, com a Rússia à cabeça.
Notando que, menos de 24 horas depois da tomada de posse de Trump, "todos olham para Washington", o Presidente da Ucrânia questionou "quem é que olha para a Europa".