"Não creio que seja um plano concreto, porque não vejo quaisquer ações ou fases específicas, apenas uma certa generalização de procedimentos. Uma generalização esconde sempre alguma coisa", disse sexta-feira à noite aos meios de comunicação social, tendo as suas declarações sido colocadas sob embargo até hoje.
A China e o Brasil afirmaram apoiar "uma conferência internacional de paz organizada numa altura apropriada, reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia, com a participação igual de todas as partes e uma discussão justa de todos os planos de paz".
A parceria estratégica entre a China e a Rússia tornou-se ainda mais forte desde que Moscovo invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.
De acordo com Washington, a China está a ajudar a Rússia a aumentar a sua produção de mísseis, drones e tanques, mas não está a exportar armas diretamente.
Zelensky tenciona propor o seu próprio plano para acabar com a guerra ao Presidente norte-americano, Joe Biden, durante uma visita aos Estados Unidos na próxima semana.
Nas declarações de sexta-feira, hoje divulgadas, Zelensky, cujo exército luta para travar o avanço das tropas russas no leste do país, declarou, por outro lado, que a ajuda militar dos aliados tinha "acelerado" no início de setembro.
"[A ajuda] acelerou no início de setembro e estamos satisfeitos com isso. Sentimo-lo", acrescentou, embora considere que o ritmo deveria ser mais rápido.
Os atrasos na entrega da ajuda ocidental, devido a divisões políticas, levaram o exército ucraniano a ficar sem munições e armas no início do ano.
A Ucrânia está altamente dependente do apoio dos seus aliados para fazer face a um exército russo maior e mais bem equipado.
Zelensky, porém, sublinhou que ainda não recebeu "autorização" de Washington e Londres para utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia, certamente por receio de uma "escalada".
"Nem os Estados Unidos nem o Reino Unido nos deram autorização para utilizar estas armas em território russo, em qualquer alvo e a qualquer distância", pelo que Kiev não o fez, disse Zelensky.
"Penso que têm medo de uma escalada", acrescentou.
A Ucrânia está a pedir autorização para atacar o território russo com mísseis de longo alcance, mas os ocidentais, incluindo Biden, receiam a reação da Rússia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, avisou que tal decisão significaria que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) "estão em guerra com a Rússia".
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